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Presidente do Níger sofre tentativa de golpe de Estado e fica detido em Palácio

Guarda Presidencial havia se recusado a libertar o presidente, apesar do ultimato do Exército

Níger: Mohamed Bazoum, presidente do país africano (Evelyn Hockstein/Getty Images)

Níger: Mohamed Bazoum, presidente do país africano (Evelyn Hockstein/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 26 de julho de 2023 às 15h26.

O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi preso por membros da Guarda Presidencial (GP) nesta quarta-feira, 26, em uma tentativa fracassada de golpe de Estado condenada por países africanos e pela União Europeia (UE).

Segundo uma fonte próxima à Presidência, que pediu anonimato, "depois de algumas negociações, a Guarda Presidencial se recusou a libertar o presidente e o Exército deu um ultimato", provocado pelo "impulso" dos membros da guarda, que bloquearam o acesso à sede da Presidência na capital, Niamei.

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Outra fonte próxima ao presidente Bazoum, no poder desde abril de 2021, disse à AFP que a tentativa de golpe estava "destinada ao fracasso". Já relatos citados pelo Financial Times indicam que o chefe da Guarda Presidencial, o general Omar Tchani, pediu a renúncia do presidente.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) confirmou a "tentativa de golpe de Estado" e manifestou o seu "espanto e preocupação", exortando "os autores deste ato a libertarem imediata e incondicionalmente o presidente da República democraticamente eleito".

Em uma mensagem publicada na rede social Twitter, posteriormente apagada, a Presidência do Níger indicava que "elementos da Guarda Presidencial [...] tentaram, em vão, obter o apoio das Forças Armadas nacionais e da Guarda Nacional".

"O Exército e a Guarda Nacional estão dispostos a atacar os elementos da GP envolvidos" caso não mudem de postura, acrescentou a Presidência, que destacou que tanto Bazoum como a sua família "estão bem".

Reação global

A União Africana (UA) condenou a "tentativa de golpe de Estado" e pediu o "retorno imediato e incondicional dos militares traidores aos seus quartéis".

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, também manifestou a sua rejeição e disse estar "muito preocupado", afirmando que o bloco "condena qualquer tentativa de desestabilizar a democracia e ameaçar a estabilização do Níger".

Várias partes do Níger, um país do Sahel, são dominadas pela violência jihadista. Desde que conquistou a independência da França em 1960, houve inúmeras tentativas de golpe no país, quatro delas bem-sucedidas — a última em fevereiro de 2010, quando o presidente Mamadou Tandja foi derrubado.

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