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Presidente da Ucrânia visita a cidade de Kherson após retirada de tropas russas

Zelensky caminhou pelas ruas da cidade, com trajes militares, cercado por seguranças armados, mas sem capacete ou colete à prova de balas

Guerra na Ucrânia: Kherson foi a primeira grande cidade que caiu sob controle russo após a invasão, no fim de fevereiro (AFP/AFP)

Guerra na Ucrânia: Kherson foi a primeira grande cidade que caiu sob controle russo após a invasão, no fim de fevereiro (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 14 de novembro de 2022 às 11h28.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou nesta segunda-feira (14) a cidade de Kherson, no sul do país, três dias depois da reconquista da localidade e apesar da declaração do Kremlin de que a área pertence à Rússia.

"A Rússia demonstrou ao mundo que pode matar, mas todos nós, nossas Forças Armadas, nossa Guarda Nacional e os serviços de inteligência demonstraram que é impossível matar a Ucrânia", afirmou Zelensky em um comunicado divulgado da presidência ucraniana.

Com a mão no peito, assim como outros funcionários civis e militares presentes, ele cantou o hino nacional enquanto a bandeira ucraniana era hasteada diante do edifício da administração regional, no centro de Kherson.

"É importante estar aqui (...) para que as pessoas possam sentir que não são apenas palavras e promessas, e sim que realmente voltamos e hasteamos nossa bandeira", afirmou Zelensky em um vídeo divulgado nas redes sociais.

"Nossos inimigos perecerão, como o orvalho ao sol, e nós também, irmãos, governaremos em nosso país. Por nossa liberdade, daremos nossas almas e nossos corpos", gritaram.

De acordo com as fotos publicadas no Telegram, Zelensky também caminhou pelas ruas da cidade, com trajes militares, cercado por seguranças armados, mas sem capacete ou colete à prova de balas.

Muitas pessoas, algumas com bandeiras ucranianas, esperavam pelo presidente.

"Glória à Ucrânia!", gritaram moradores em um edifício. "Glória aos heróis!", responderam o presidente e os seguranças, como determina a tradição.

As tropas russas abandonaram Kherson na semana passada, após oito meses de ocupação, deixando o caminho livre para que os soldados ucranianos entrassem na cidade na sexta-feira.

O Kremlin, no entanto, insiste que a capital da região de mesmo nome, que teve a anexação anunciada por Moscou em setembro, ainda pertence à Rússia, apesar da saída de suas tropas.

"Não vamos fazer nenhum comentário, vocês sabem bem que é território da Federação Russa", respondeu o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov, ao ser questionado sobre a viagem de Zelensky.

Kherson foi a primeira grande cidade que caiu sob controle russo após a invasão, no fim de fevereiro.

A retirada forçada das tropas de Moscou devido à contraofensiva ucraniana representa um novo revés para Vladimir Putin.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, advertiu nesta segunda-feira que os "próximos meses serão difíceis" para a Ucrânia e que o objetivo do presidente russo Vladimir Putin é "deixar a Ucrânia no frio e escuro durante o inverno".

Zelensky acusou no domingo as forças russas por "atrocidades" em Kherson e disse que até o momento foram documentados 400 "crimes de guerra", sem especificar se falava apenas desta região.

Em Kherson, vários moradores relataram à AFP os meses de ocupação russa e alguns atos de resistência para mostrar o repúdio à anexação pela Rússia.

Volodymyr Timor, um jovem de 19 anos, passou meses com os amigos analisando os movimentos dos soldados russos nas ruas da cidade e repassando as informações ao exército ucraniano.

"Informávamos tudo: onde estava o equipamento, onde armazenavam a munição, onde dormiam, para onde seguiam para beber algo", disse à AFP o jovem, que queria ser músico antes da guerra.

Na região de Luhansk, o exército ucraniano retomou a localidade de Makiivka, a 50 km da cidade estratégica de Severonetsk, controlada pela Rússia, informou a presidência ucraniana.

No total, 12 localidades da região voltaram ao controle ucraniano, segundo o governador Serguei Gaidai.

O exército russo afirmou nesta segunda-feira que tomou o controle de Pavlivka, uma cidade no leste da Ucrânia, uma vitória para Moscou após semanas de recuos e retiradas.

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