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Presidente da Palestina pede realização de nova Conferência de Paz em Madri

Presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que teria orgulho de realizar o pedido

Conflitos: Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, defende que a Palestina seja um membro de pleno direito da ONU (Drew Angerer/Getty Images)

Conflitos: Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, defende que a Palestina seja um membro de pleno direito da ONU (Drew Angerer/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 15h03.

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, solicitou nesta quinta-feira, 19, a realização de uma nova Conferência de Paz sobre o Oriente Médio em Madri, após a realizada em 1991. O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que teria orgulho de realizar o pedido.

A solicitação de Abbas foi feita na declaração dada junto com Sánchez após a reunião no Palácio de la Moncloa, a sede do governo espanhol, durante a primeira visita do presidente palestino à Espanha desde o reconhecimento da Palestina como um Estado por parte do país europeu. Abbas enfatizou que não se pode esquecer o papel da Espanha em favor da paz com essa conferência há 33 anos, motivo pelo qual defendeu a ideia de uma segunda conferência na capital espanhola.

Sánchez não se referiu a essa solicitação em seus comentários, mas fontes do governo informaram que, na reunião anterior entre os dois, ele garantiu que a Espanha teria orgulho de sediar uma nova Conferência de Paz e que faria tudo possível para torná-la realidade.

O presidente do governo espanhol descreveu a presença de Abbas na Espanha como um "marco" após o reconhecimento da Palestina como um Estado, e mais uma vez pediu o fim imediato da guerra na Faixa de Gaza."Não podemos conviver com a morte e a destruição e não devemos normalizar a violência", acrescentou, antes de alertar sobre o risco de escalada das tensões no Oriente Médio após a explosão de dispositivos eletrônicos no Líbano, pela qual o Hezbollah culpou Israel.

Essa questão, de acordo com fontes do governo, esteve presente na reunião entre os dois líderes, na qual expressaram preocupação com a situação e surpresa com o que consideram ser uma guerra tecnológica. Depois de insistir que as partes devem chegar a um cessar-fogo, Sánchez considerou que "a pedra angular" é a Corte Internacional de Justiça como a instância suprema, com capacidade e legitimidade para interpretar as normas internacionais.

É por isso que a Espanha atribui tanta importância ao parecer consultivo emitido pela Corte em 19 de julho, que estabelece a ilegalidade da ocupação israelense dos territórios ocupados. Sánchez lembrou que as medidas de precaução estabelecidas por ela são obrigatórias e também enalteceu o fato de a Assembleia Geral da ONU ter adotado uma resolução exigindo que Israel acabe com "sua presença ilegal tanto em Gaza quanto na Cisjordânia".

O governante espanhol diz acreditar na solução de dois Estados como a única possível, e que o caminho para alcançá-la estará presente na cúpula bilateral entre os governos espanhol e palestino em Madri antes do final do ano. Abbas agradeceu repetidamente ao Sánchez por seu reconhecimento da Palestina, sua defesa de que se trata de uma "causa justa" e seu compromisso com a solução de dois Estados.

Além disso, expressou sua intenção de ir à Faixa de Gaza junto com líderes de organizações internacionais para continuar a pedir o fim do ataque israelense e pediu um processo político com o objetivo de acabar com a ocupação e alcançar a paz na região.

O presidente da ANP também pediu aos países que ainda não o fizeram que reconheçam a Palestina como um Estado e, na pré-reunião, de acordo com as fontes citadas, disse que os países árabes reconhecerão Israel quando houver também o reconhecimento israelense da Palestina. Para finalizar, Abbas defendeu que a Palestina seja um membro de pleno direito da ONU.

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