Presidente da Hungria renuncia ao cargo após desgaste político
Próxima ao primeiro-ministro Viktor Orban, política ocupava o cargo desde 2022
Agência de notícias
Publicado em 10 de fevereiro de 2024 às 14h54.
A presidente húngara, Katalin Novak, confrontada com uma onda de indignação por ter perdoado uma pessoa envolvida em abuso sexual de crianças, apresentou este sábado seu pedido de renúncia. Novak, de 46 anos, havia sido a primeira mulher a assumir o cargo de presidente no país.
“Estou renunciando ao meu cargo [...] Cometi um erro”, declarou Novak, politicamente próxima do primeiro-ministro Viktor Orban e que ocupa o cargo no país da Europa Central desde 2022. Novak havia perdoado cerca de duas dezenas de pessoas antes da visita do Papa Francisco à Hungria em abril de 2023, mas apenas recentemente foi divulgado que uma dessas pessoas que se beneficiou da medida foi o vice-diretor de um orfanato, condenado por encobrir um acusado de abuso sexual contra jovens residentes.
O pedido ocorreu em decorrência da forte pressão que ela vinha sofrendo nos últimos dias desde que havia anunciado o perdão ao prisioneiro. O anúncio da renúncia ao cargo foi transmitido em cadeia nacional no país neste sábado.
Novak estava no Catar, mas, dada a repercussão do caso, ela decidiu voltar à Hungria para anunciar que deixaria o cargo. Nesta sexta-feira, mais de mil pessoas se reuniram em Budapeste em protestos para exigir que Novak deixasse o cargo, segundo o portal europeu Politico.
Ainda segundo a publicação, partidos da oposição no país passaram a semana pedindo a destituição de Novak, bem como de Judit Varga, ex-ministra da Justiça que foi a responsável por assinar o perdão ao prisioneiro. Varga deve estar na lista do partido no poder no país, o Fidesz, para as eleições para o Parlamento Europeu deste ano.