Presidente da Colômbia pede rapidez para "caso Odebrecht"
A Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África, entre eles a Colômbia
EFE
Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 19h08.
Bogotá - O presidente da Colômbia , Juan Manuel Santos, pediu nesta segunda-feira à justiça do país que resolva o mais rápido possível a investigação dos casos de corrupção ligados à Odebrecht que envolvem ex-funcionários do governo colombiano.
"Peço que resolvam estes casos o mais rápido possível e que não haja absolvição para nenhum dos responsáveis", disse Santos no ato de posse do procurador-geral da Colômbia, Fernando Carrillo.
Segundo documentos publicados em dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África, entre eles a Colômbia, onde teria desembolsado mais de US$ 11 milhões entre 2009 e 2014.
Na última quinta-feira, as autoridades colombianas prenderam Gabriel García Morales, vice-ministro de Transporte durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), por seu suposto envolvimento no caso.
Um primeiro pagamento de US$ 6,5 milhões aparentemente foi feito a Morales para conseguir a concessão para a construção do Setor 2 da Rota do Sol, estrada que liga o interior do país ao litoral Atlântico.
Depois de 11 horas de audiência, o ex-vice-ministro aceitou ontem as acusações de suborno, assinatura indevida de contratos e enriquecimento ilícito, e foi transferido para a prisão La Picota, de Bogotá.
Em comunicado, a Procuradoria Geral da Colômbia detalhou que houve "um segundo pagamento, de US$ 4,6 milhões, para a concessão da via Ocaña-Gamarra", no nordeste do país.
Por esta transação, foi detido no último sábado o ex-senador Otto Nicolás Bula.
Santos comentou que "as investigações do caso Odebrecht avançaram em tempo recorde, inclusive com a prisão de um ex-vice-ministro de Transporte e de um personagem 'sinistro' que aparentemente era o elo nesta operação".
"Vou propor que por lei não haja prisão domiciliar para os corruptos nem benefícios por facilitar as investigações. Que os corruptos saibam que pagarão caro por seu desprezo à sociedade e sua falta de honestidade", acrescentou o presidente.