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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.
A maré de azar da petrolífera britânica BP parece longe de terminar. Após o vazamento de óleo cru no campo de Prudhoe Bay, no Alasca, e um problema no compressor da mesma bacia, que levaram a empresa a reduzir a produção diária de 400 000 para 110 000 barris e a colocaram na mira do governo local, que pretende cobrar uma indenização pelas perdas causadas, a BP agora corre o risco de ver seus principais executivos em um tribunal americano para depor sobre outro episódio. Trata-se da explosão, em março de 2005, de sua refinaria no Texas, que afetou mais de 550 pessoas, entre mortes, ferimentos e danos materiais.
A juíza estadual Susan Criss intimou o presidente executivo da BP, Lord Browne, e o diretor de refino e marketing da empresa, John Manzoni, a depor no caso. A magistrada afirma que ambos possuem "informações únicas e superiores" do que ocorreu no Texas. A intimação é apoiada pelos advogados que representam as vítimas do acidente. Arthur Gonzalez, advogado do escritório Brent Coon & Associates, por exemplo, afirma que Browne viajou para o Texas imediatamente após o acidente e se reuniu com o prefeito local, o que assinala que o executivo teve informações privilegiadas do que aconteceu.
Já a BP tenta evitar que dois de seus principais executivos sejam submetidos ao interrogatório de uma corte francamente hostil à empresa. "Nem Lord Browne, nem John Manzoni possuem informações privilegiadas sobre o caso", afirma a empresa em nota. A petrolífera pretende recorrer para evitar a intimação.
Segundo o jornal britânico Financial Times, caso o recurso não seja aceito, os executivos enfrentarão as perguntas da corte pela primeira vez em 18 de setembro. Neste dia, será analisada a primeira ação coletiva contra a empresa, composta por dezenas de casos - entre os quais, duas mortes causadas pela explosão.