Presidente da CTNBio defende arroz transgênico
Novo gestor da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança defende monitoramento de transgênicos liberados no mercado
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.
O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Edilson Paiva é o novo presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Vice-presidente na última gestão, ele integra o grupo majoritário do colegiado, conhecido por uma atitude mais favorável aos transgênicos. Ele já defendeu uma revisão da posição contrária da Embrapa à comercialização de arroz transgênico no País
A escolha de Paiva para a presidência do órgão foi feita ontem à tarde pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, com base em uma lista tríplice, montada horas antes por membros do colegiado. O novo presidente assume um colegiado dividido: um grupo majoritário, formado por cientistas pró-transgênicos, e uma ala verde, que reúne 8 dos 27 integrantes da comissão
Pouco depois de ser comunicado da vitória, o pesquisador disse estar convicto de que a posição contrária da Embrapa à venda de arroz transgênico é fruto de um mal-entendido e defendeu uma revisão do assunto pela empresa, da qual também é pesquisador. "Com certeza não são todos da instituição que acham isso. Seria interessante uma revisão desse assunto para verificar se o veto é fruto de riscos biológicos ou econômicos", afirmou.
Em audiência pública que reuniu agricultores, empresários e cientistas em 2009, representantes da Embrapa foram contrários à liberação do arroz. Após o encontro, o assunto não foi mais discutido pela CTNBio. Paiva diz que o tema deverá ser retomado. Não houve tempo no ano passado. Faremos tudo com calma, não há pressa.
Além do arroz transgênico, Paiva deverá enfrentar outro assunto polêmico - a revisão de uma resolução da CTNBio, de 2008, sobre o monitoramento de transgênicos liberados no mercado. A proposta feita no ano passado, foi retirada da pauta de votação após repercussão negativa.
Mesmo com recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que as regras atuais sejam mantidas, o novo presidente avalia que o assunto precisa ser mais bem discutido. O ideal é que a resolução seja mais bem detalhada. Não há como fazer monitoramento de tudo, defendeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo