Park Geun-hye: ex-presidente da Coreia do Sul não se manifestou publicamente desde o veredicto do impeachment (Ed Jones-Pool/Getty Images)
Reuters
Publicado em 13 de março de 2017 às 09h17.
Seul - A presidente cassada da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi criticada nesta segunda-feira por ter prometido, em tom desafiador, que a verdade sobre seu impeachment será revelada, e o principal partido de oposição do país exortou procuradores a investigá-la rapidamente.
A Corte Constitucional afastou Park do cargo na sexta-feira, quando chancelou uma votação de impedimento do Parlamento provocada por um escândalo de tráfico de influência que abalou a elite política e empresarial do país.
Park nega qualquer transgressão.
A ex-líder deixou a residência presidencial da Casa Azul, em Seul, na noite de domingo, e voltou à sua casa particular na capital como cidadã comum, destituída da imunidade presidencial que a blindava de um processo.
"Mesmo no momento em que partia, ela se recusou a dizer sequer uma palavra de arrependimento diante do povo, mas disse isso e aquilo sobre a verdade e não declarou nada além de desobediência", disse Choo Mi-ae, líder do Partido Democrático, principal legenda opositora, durante uma reunião nesta segunda-feira.
Park não se manifestou publicamente desde o veredicto, mas um porta-voz leu um comunicado da ex-presidente depois de seu retorno ao bairro de classe alta de Gangnam, onde reside, no qual lamentou não ter podido completar seu mandato.
"Vai demorar, mas acredito que a verdade será revelada", afirmou Park por meio do porta-voz.
Muitos sul-coreanos interpretaram a mensagem como um repúdio à decisão do tribunal.
"Protestar contra a Corte Constitucional é uma traição do povo e uma traição da constituição", disse Yoo Seong-min, candidato presidencial do pequeno Partido Bareun, de direita.
As ações da Coreia do Sul atingiram seu maior valor em mais de 20 meses, já que o sentimento geral melhorou devido à esperança de que a destituição de Park irá pôr fim à incerteza.
A moeda local, o won, subiu cerca de 1,1 por cento.
O Serviço de Investidores da Moody´s disse que o impeachment de Park foi "positivo para o crédito", já que irá permitir que uma nova presidência se concentre em reformas que abordem "os desafios econômicos estruturais em meio aos ventos domésticos e externos favoráveis ao crescimento".
A Procuradoria do Distrito Central de Seul não estava disponível para comentar, mas a mídia noticiou que procuradores estão cogitando intimar Park ainda nesta semana.
Uma eleição antecipada será realizada até 9 de maio.