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Macri anuncia benefício extra aos pobres no Natal

Críticos afirmam que presidente argentino está ajudando grandes empresas à custa dos pobres


	O presidente argentino, Mauricio Macri: "temos notado alguns preços de produtos básicos subindo, e é por isso que definimos esta contribuição"
 (Mario Tama/Getty Images)

O presidente argentino, Mauricio Macri: "temos notado alguns preços de produtos básicos subindo, e é por isso que definimos esta contribuição" (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 09h33.

Buenos Aires - O presidente recém-empossado da Argentina, Mauricio Macri, anunciou na segunda-feira que as famílias mais pobres do país irão receber um benefício em dinheiro por ocasião do feriado de Natal para compensar o aumento dos preços após uma desvalorização de quase 30 por cento do peso na semana passada.

Desde que tomou posse há dez dias, Macri, um defensor do livre mercado, já cumpriu muitas de suas promessas de campanha, como o corte de impostos de exportação e remoção dos controles de capital e do câmbio, deixando o peso flutuar em uma tentativa de melhorar a competitividade da Argentina.

Críticos afirmam que Macri está ajudando grandes empresas à custa dos pobres, já que as medidas beneficiarão imediatamente exportadores que operam no setor de grãos, no qual o país é uma potência, mas alimentam a inflação, prejudicando os consumidores, especialmente aqueles com baixos rendimentos.

"Temos notado alguns preços de produtos básicos subindo, e é por isso que definimos esta contribuição de 400 pesos, enquanto nós trabalhamos com empresas e sindicatos para que esta transição seja o mais ordeira possível", disse Macri em entrevista coletiva.

Cerca de 8 milhões de pessoas receberão o auxílio até o final da próxima semana. Vai custar aos cofres públicos cerca de 3,3 bilhões de pesos (257 milhões de dólares).

Economistas disseram que as medidas de Macri provavelmente farão com que a economia do país, a terceira maior da América Latina, se contraia no início do próximo ano, já que a desvalorização dá impulso à inflação já estimada em 25 por cento e afeta o consumo privado.

Mas se o governo conseguir colocar um freio nos aumentos de preços, a economia deverá voltar a crescer até o final de 2016, já que as exportações aumentarão e o investimento começará a inundar o país, resultando em uma forte expansão em 2017.

O peso fechou na segunda-feira em 12,85 por dólar. É agora 23,5 por cento mais fraco do que antes de Macri decidir deixar a moeda flutuar, na quinta-feira.

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