Um dos premiados, o chargista Addomari Ali Farzat teve as mãos quebradas por oficiais das forças sírias após a publicação de charges que criticavam o regime (Louai Beshara/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2011 às 08h20.
Estrasburgo - O Parlamento Europeu concedeu nesta quinta-feira o prestigioso Prêmio Sakharov a cinco militantes da Primavera Árabe.
Os vencedores são o manifestante tunisiano Mohamed Bouazizi - prêmio póstumo -, a militante egípcia Asmaa Mahfouz, o dissidente líbio Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi, a advogada síria Razan Zeitouneh e o chargista sírio Ali Farzat, segundo uma fonte parlamentar.
Mohamed Bouazizi, que colocou fogo no corpo em 17 de dezembro de 2010 em Sidi Bouzid em protesto contra a extorsão que sofria de autoridades, morreu duas semanas depois.
O gesto de desespero provocou um amplo movimento popular que resultou na queda do ditador Ben Ali.
Asmaa Mahfouz é uma das fundadoras do Movimento dos Jovens de 6 de Abril, que convocou os protestos na Praça Tahrir do Cairo, movimento que liderou as manifestações até a queda do regime de Hosni Mubarak.
Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi, de 77 anos, passou 31 anos na cadeia pela oposição ao regime de Muamar Kadhafi; Razan Zeituneh, 34, dirige comitês que coordenam a revolta na Síria; Ali Farzat teve as mãos quebradas por oficiais das forças de segurança síria após a publicação de charges que criticavam o regime.
O Prêmio Sakharov, equivalente europeu ao Prêmio Nobel de la Paz, recompensa a cada ano um defensor dos direitos humanos e da democracia.
Ano passado, o vencedor foi o dissidente cubano Guillermo Fariñas, que fez diversas greves de fome contra o regime comunista.
Também já foram premiados o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, a militante birmanesa Aung San Suu Kyi, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, todos vencedores do Nobel da Paz.