China pede que UE pare de pressionar sobre iuane
Para premiê do país, uma valorização do iuane ´levaria muitas empresas chinesas à falência`
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2010 às 15h21.
Bruxelas - O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, solicitou à União Europeia (UE) que deixe de pressionar para que o gigante asiático aprecie o iuane, que os ocidentais estimam que esteja abaixo de seu valor real, durante um fórum econômico em Bruxelas.
"Digo aos líderes europeus: não se unam ao coro para pressionar (a China) para que aprecie o iuane", declarou Wen nesse fórum, antes de manter uma breve cúpula com os dirigentes da UE, segundo informou a agência Dow Jones Newswires.
Wen explicou que a força do euro - que nesta quarta-feira colocou-se em seu nível máximo frente ao dólar em oito meses, um fenômeno que encarece e, portanto, penaliza as exportações da Europa - não tem nada a ver com o valor do iuane, e sim com as preocupações com a moeda americana.
O premier chinês defendeu que uma forte apreciação do iuane "levaria muitas empresas chinesas à falência, deixando muitas pessoas desempregadas e criando desordens sociais".
"Não seria positivo para o mundo em seu conjunto que a economia chinesa sofresse", por isso, "devemos manter uma relativa estabilidade" do iuane, completou.
A UE, que na segunda e na terça-feira realizou uma cúpula com cerca de 20 países asiáticos e na quarta-feira manteve uma reunião ao máximo nível com a China, acentuou a pressão para que Pequim aprecie o iuane, somando-se assim às reclamações cada vez mais insistentes dos Estados Unidos.
Os ocidentais estimam que o gigante asiático mantém uma política monetária desleal para favorecer suas exportações e seu crescimento galopante.
O chefe dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, pediu abertamente nesta terça-feira uma apreciação "significativa" do iuane, que iria em "benefício da China e da economia mundial".
A divisão de opiniões entre europeus e chineses ficou evidente durante esta semana em Bruxelas, e a anulação de uma coletiva de imprensa prevista para o fim da cúpula bilateral de quarta-feira reforçou essa imagem.
Nesse contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também pediu nesta quarta-feira que a China valorize sua moeda, afirmando que uma decisão dessa natureza poderia dar benefícios econômicos ao país, como uma menor dependência das exportações e uma maior demanda interna.
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