Premiê: Portugal não precisa de ajuda financeira externa
Portugal "não pedirá por qualquer ajuda financeira porque não é necessário", afirmou o primeiro-ministro português, José Sócrates
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 09h25.
Lisboa - Portugal não precisa de qualquer ajuda financeira externa, afirmou o primeiro-ministro português, José Sócrates, depois de anunciar que o país superou sua meta para o déficit orçamentário em 800 milhões de euros em 2010.
Portugal "não pedirá por qualquer ajuda financeira porque não é necessário", afirmou Sócrates. Ele destacou que o país tem meios para lidar com seus próprios problemas, citando o progresso melhor do que o esperado na redução do déficit orçamentário e o crescimento econômico acima das projeções.
O primeiro-ministro português afirmou que o governo superou suas próprias expectativas, ao reduzir seu déficit orçamentário abaixo de sua meta de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Segundo Sócrates, as receitas cresceram e as despesas diminuíram mais do que o esperado, resultando numa melhora do orçamento do governo equivalente a 0,5% do PIB em 2010.
Os números são apenas preliminares, visto que apenas as despesas e receitas do governo central e as contas do departamento de Seguridade Social foram fechadas. Os orçamentos de outros serviços ainda estão sendo finalizados, mas não vão resultar em grandes aberrações do orçamento previsto, disse o primeiro-ministro.
Os resultados do orçamento do governo português em 2010 foram apresentados em meio à crescente pressão para que o país aceite um pacote de ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Portugal está tentando restaurar sua credibilidade nos mercados financeiros antes de realizar um leilão de títulos de 750 milhões de euros a 1,25 bilhão de euros amanhã.
Medidas
O governo português instituiu em uma série de medidas pesadas de austeridade, a fim de reduzir o seu déficit orçamentário e, finalmente, diminuir os custos de financiamento. Os resultados orçamentários revelados hoje são destinados a mostrar que o país está fazendo progressos no sentido de cumprir as metas do déficit orçamentário.
Os participantes do mercado, no entanto, venderam dívida soberana de Portugal ultimamente devido às preocupações de que as baixas taxas de crescimento do país e os já elevados custos dos empréstimos tornarão difícil para o governo português cumprir suas metas.
Portugal tem como meta reduzir seu déficit para 4,6% do PIB em 2011, mas o Deutsche Bank prevê que um corte para 6,4% é mais realista dado a perspectiva econômica do país. A agência de classificação de risco Fitch Ratings espera que Portugal entre em recessão em 2011 antes de voltar a crescer em 2012. As informações são da Dow Jones.