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Premiê grego não liderará novo governo; acordo é incerto

Negociação entre ambos os lados tem travado sobre quanto tempo um governo de unidade deverá existir antes de eleições e quem deveria liderá-lo.

Primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, no G20 (Eric Feferberg/AFP)

Primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, no G20 (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 10h21.

ATENAS/PARIS - A União Europeia deu à Grécia 24 horas no domingo para explicar como formará um governo de unidade que permita a execução de um pacote de ajuda financeira ao país. O atual premiê, George Papandreou, afirmou que não quer liderar o novo governo, no mais próximo passo dado para atender a pedidos de renúncia feito pela oposição.

Papandreou e seus opositores têm enfrentado dificuldades para um acordo que crie um novo governo unidade antes de uma reunião de ministros de finanças de países da zona do euro, na segunda-feira. Um novo governo de unidade é considerado como importante demonstração da seriedade da Grécia em tomar as medidas necessárias para evitar um colapso.

A negociação entre ambos os lados tem travado sobre quanto tempo um governo de unidade deverá existir antes de eleições e quem deveria liderá-lo.

Papandreou disse mais cedo que nenhum acordo foi alcançado com a oposição conservadora, apesar dos pedidos de Bruxelas para um urgente progresso que apoie o pacote de socorro de 130 bilhões de euros.

"Está claro que este governo vai passar o bastão, mas não vai passar para o vazio, vai passar para um novo governo, e eu quero dizer hoje, não amanhã", disse o primeiro-ministro no documento liberado à imprensa. "Eu não estou interessado em ser primeiro-ministro no novo governo."

A União Europeia deixou claro que quer um governo de unidade na Grécia para assegurar apoio consensual para uma reforma e para a restauração da confiança do país depois de uma semana que chegou a ver Papandreou convocar inicialmente um referendo sobre o pacote de ajuda para depois rever a ideia em meio à pressão internacional.

O comissário Econômico e para Assuntos Monetários da União Europeia, Olli Rehn, disse à Reuters que ministros das finanças de países que usam o euro vão insistir em cobrar da Grécia um plano para um governo de unidade na reunião de segunda-feira.


Conforme o drama político grego se desdobra com velocidade, Papandreou e o líder de oposição Antonis Samaras, encontraram-se com o presidente grego na noite deste domingo (horário local). A reunião aconteceu após pedido do premiê para uma reunião tripartite destinada a explorar a possibilidade de um entendimento.

"Tudo tem que ser feito dentro de um dia, caso contrário, amanhã será um inferno", disse Telemachos Hitiris, parlamentar do partido socialista de Papandreou, PASOK.

Qualquer novo governo de coalizão terá três tarefas imediatas: cobrar um pacote de ajuda da zona do euro, completar uma troca de bônus que vai cortar pela metade o valor detido por credores privados da dívida estatal grega, e aprovar o orçamento de 2012.

Mas esse novo governo deverá durar provavelmente alguns meses, um intervalo de tempo muito curto para promover reformas cobradas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mais cedo, a oposição conservadora ofereceu apoio na formação do governo de unidade, desde que Papandreou renuncie após dois anos no governo.

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