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Premiê do Paquistão quer o fim dos ataques com drones

Desde agosto de 2008, quase 300 bombardeios de drones mataram mais de 2.000 pessoas, em sua imensa maioria combatentes islamitas

Nawaz Sharif: "respeitamos a soberania dos demais, eles também deveriam respeitar a nossa e a nossa independência", disse (Aamir Qureshi/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 12h26.

Islamabad - O novo primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, exigiu nesta quarta-feira o fim dos ataques com aviões teleguiados (drones) americanos, em seu primeiro discurso na Assembleia Nacional, que o elegeu pela terceira vez para comandar o governo.

Mais de 13 anos depois de ter sido deposto por um golpe militar que o levou ao exílio, Sharif, de 63 anos, vencedor das eleições gerais de 11 de maio, foi eleito, como era esperado, primeiro-ministro do Paquistão pela Assembleia Nacional, antes de prestar juramento ante o presidente do país, Asif Ali Zardari.

Sharif é o primeiro político da história do país a ocupar o cargo de primeiro-ministro pela terceira vez.

Seu partido, a Liga Muçulmana (PML-N), venceu por ampla margem as eleições gerais de 11 de maio. Sharif foi primeiro-ministro de 1990 a 1993 e de 1997 a 1999, quando foi derrubado por um golpe de Estado militar do general Pervez Musharraf.

Nesta quarta-feira, ele pediu o fim dos ataques de drones americanos, que apontam regularmente contra os talibãs e seus aliados da Al-Qaeda no Paquistão.

"Respeitamos a soberania dos demais, eles também deveriam respeitar a nossa independência. Esta campanha deve acabar", afirmou, a respeito dos disparos de drones americanos contra os rebeldes talibãs e seus aliados da Al-Qaeda no noroeste do país.

A campanha americana de ataques com drones contra as zonas tribais do noroeste do país, onde os rebeldes islamitas estão refugiados desde o fim de 2001, começou em 2004, mas ganhou intensidade a partir de 2008.


Desde agosto de 2008, quase 300 bombardeios de drones mataram mais de 2.000 pessoas, em sua imensa maioria combatentes islamitas, segundo as autoridades paquistanesas.

Apesar de Washington afirmar que os disparos têm grande precisão, os ataques também provocam vítimas civis, o que aumenta a irritação dos paquistaneses em relação aos Estados Unidos.

Na sexta-feira passada, Sharif condenou com firmeza o último ataque de drone, que dois dias antes matou o número dois do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), Wali ur-Rehman.

Depois do ataque, o TTP anunciou a retirada de sua proposta de negociações com o governo, conversações que agradavam Sharif.

O TTP, principal grupo armado islamita do país, prometeu vingar a morte de Rehman e também atribuiu o ataque ao governo paquistanês.

O grupo, que combate de forma incessante o governo de Islamabad desde 2007 e denuncia seu alinhamento com a política dos Estados Unidos, é o principal responsável pela onda de atentados que matou 6.000 pessoas no país nos últimos seis anos.

O Paquistão é, há mais de 10 anos, um aliado essencial dos Estados Unidos na "guerra contra o terrorismo" na região, que inclui também o vizinho Afeganistão.

Mas as relações entre os dois países são complexas, já que Washington acusa com frequência Islamabad de fazer um jogo duplo com os rebeldes talibãs afegãos. O governo paquistanês por sua vez critica o que considera a brutalidade, unilateralismo e ineficácia da estratégia dos Estados Unidos.

*Matéria atualizada às 12h26

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Mais de 13 anos depois de ter sido deposto por um golpe militar que o levou ao exílio, Sharif, de 63 anos, vencedor das eleições gerais de 11 de maio, foi eleito, como era esperado, primeiro-ministro do Paquistão pela Assembleia Nacional, antes de prestar juramento ante o presidente do país, Asif Ali Zardari.

Sharif é o primeiro político da história do país a ocupar o cargo de primeiro-ministro pela terceira vez.

Seu partido, a Liga Muçulmana (PML-N), venceu por ampla margem as eleições gerais de 11 de maio. Sharif foi primeiro-ministro de 1990 a 1993 e de 1997 a 1999, quando foi derrubado por um golpe de Estado militar do general Pervez Musharraf.

Nesta quarta-feira, ele pediu o fim dos ataques de drones americanos, que apontam regularmente contra os talibãs e seus aliados da Al-Qaeda no Paquistão.

"Respeitamos a soberania dos demais, eles também deveriam respeitar a nossa independência. Esta campanha deve acabar", afirmou, a respeito dos disparos de drones americanos contra os rebeldes talibãs e seus aliados da Al-Qaeda no noroeste do país.

A campanha americana de ataques com drones contra as zonas tribais do noroeste do país, onde os rebeldes islamitas estão refugiados desde o fim de 2001, começou em 2004, mas ganhou intensidade a partir de 2008.


Desde agosto de 2008, quase 300 bombardeios de drones mataram mais de 2.000 pessoas, em sua imensa maioria combatentes islamitas, segundo as autoridades paquistanesas.

Apesar de Washington afirmar que os disparos têm grande precisão, os ataques também provocam vítimas civis, o que aumenta a irritação dos paquistaneses em relação aos Estados Unidos.

Na sexta-feira passada, Sharif condenou com firmeza o último ataque de drone, que dois dias antes matou o número dois do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), Wali ur-Rehman.

Depois do ataque, o TTP anunciou a retirada de sua proposta de negociações com o governo, conversações que agradavam Sharif.

O TTP, principal grupo armado islamita do país, prometeu vingar a morte de Rehman e também atribuiu o ataque ao governo paquistanês.

O grupo, que combate de forma incessante o governo de Islamabad desde 2007 e denuncia seu alinhamento com a política dos Estados Unidos, é o principal responsável pela onda de atentados que matou 6.000 pessoas no país nos últimos seis anos.

O Paquistão é, há mais de 10 anos, um aliado essencial dos Estados Unidos na "guerra contra o terrorismo" na região, que inclui também o vizinho Afeganistão.

Mas as relações entre os dois países são complexas, já que Washington acusa com frequência Islamabad de fazer um jogo duplo com os rebeldes talibãs afegãos. O governo paquistanês por sua vez critica o que considera a brutalidade, unilateralismo e ineficácia da estratégia dos Estados Unidos.

*Matéria atualizada às 12h26

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