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Premiê da Holanda diz que priorizará repatriação das vítimas

O primeiro-ministro da Holanda assegurou que seu país priorizará repatriação das vítimas holandesas da queda do avião malásio no leste ucraniano

Primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte: "queremos a nossa gente de volta para casa" (Getty Images)

Primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte: "queremos a nossa gente de volta para casa" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2014 às 12h22.

Amsterdã - O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, assegurou nesta segunda-feira ao Parlamento de seu país que priorizará a repatriação das vítimas holandesas e, na sequência, pensará em levar à justiça os responsáveis pelo ataque contra o avião comercial malásio no leste da Ucrânia.

"Queremos a nossa gente de volta para casa", afirmou Rutte perante a comissão de Relações Exteriores, na qual os deputados sublinharam a tristeza e a revolta que sentiram perante o desastre que algum deles qualificou como "crime de guerra", caso de Sjoerd Wiemer Sjoerdsma (D66).

Com um discurso cauteloso, Rutte ressaltou que "a prioridade é repatriar à Holanda - o mais rápido possível - os corpos" dos 193 holandeses mortos no incidente, "antes mesmo de apontar os responsáveis".

Neste aspecto, o governo dos Estados Unidos indicou que dispõe de provas capazes de comprovar que, na última quinta-feira, um míssil terra-ar teria sido disparado a partir do território ucraniano ocupado pelos separatistas.

Diante dos parlamentares, Rutte admitiu que a situação no leste da Ucrânia muda a cada minuto e que "ainda não há provas suficientes", embora tenha assegurado que os serviços de inteligência do país têm "fortes evidências" sobre as circunstâncias desse incidente que resultou na morte de 298 pessoas.

"Não há uma autoridade estatal efetiva na região e há vários grupos criminosos em ação", disse Rutte aos parlamentares, ao ilustrar a insegurança no local com o sequestro de observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

O deputado Gert-Jan Segers, da União Cristiana, colocou ao governo se o Tribunal Penal Internacional (TPI), o alto tribunal da ONU com sede em Haia, poderia perseguir os autores do ataque.

Em sua resposta, Rutte disse que "o TPI só atua quando os Estados por si mesmos não podem ou não são capazes de levar os agressores à Justiça". "Esperemos que não seja preciso tomar essa medida", completou o primeiro-ministro holandês.

No entanto, Rutte garantiu que a Holanda fará tudo o possível para levar os responsáveis à justiça, qualificando de "intolerável" e "terrível" o tratamento dado ao restante das vítimas, assim como a "atitude dos grupos armados na região".

O deputado Johannes ten Broeke, do Partido Liberal (VVD), considerou que "o sucedido é uma tragédia nacional para a Holanda" e assinalou que um parente seu se encontrava no avião.

A presidente dessa comissão parlamentar, Angelien Eijsink, lembrou que o senador Willem Witteveen também faleceu no acidente e anunciou que o Parlamento realizará em breve uma cerimônia de homenagem às vítimas.

Rutte respondeu os parlamentares junto aos ministros de Justiça, Ivo Opstelten, e do Interior, Ronald Plasterk, que integraram o gabinete de crise perante o desastre junto ao das Relações Exteriores, Frans Timmermans.

O chefe da diplomacia holandesa, que hoje disse ter conversado e obtido o pleno apoio por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido, se encontra em Nova York para assistir o conselho de segurança da ONU, que, a partir das 16h (de Brasília), votará uma resolução de condenação do ataque.

Em território americano, Timmermans indicou que a Holanda se esforça "para garantir que a comunidade mundial apoie uma investigação internacional completa e independente". Desta forma, segundo ele, "poderemos determinar exatamente o que ocorreu, enquanto os responsáveis terão que prestar contas".

"Neste momento difícil para nosso país, não estamos sós, nossos amigos estão do nosso lado. Não descansaremos até que se faça justiça", enfatizou Timmermans.

Enquanto isso, no leste da Ucrânia, 282 corpos (dos 298) já foram encontrados, os quais ocupam agora cinco vagões frigoríficos, segundo Aleksandr Borodai, dirigente separatista e primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk.

Rutte, por outro lado, assinalou não dispor de informações sobre o número de vítimas holandesas que estão nesses vagões refrigerados, mas indicou que, "pelo menos, eles se encontram em uma zona controlada pela Ucrânia".

Os três legistas holandeses enviados à região já estão na cidade de Torez, situada em Donetsk, e começam a abrir os vagões para examinar os corpos na presença da missão da OSCE na Ucrânia, a qual é liderada pelo suíço Alex Hug.

Muitos holandeses continuam se dirigindo a uma área do terminal 3 do aeroporto de Amsterdã-Schipol, de onde partiu o voo MH17, para colocar flores e velas em homenagem às vítimas, e assinar o livro de condolências.

Na parte da tarde, junto a Rutte e o restante do governo, os reis Willem-Alexander e Máxima da Holanda celebrarão em Utrecht uma cerimônia junto aos familiares das vítimas.

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