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Premiê da Austrália pede desculpas por viajar ao Havaí com país em chamas

Scott Morrison interrompeu a viagem após muitas críticas de opositores e de parte da população, após a tragédia ambiental provocar quatro mortes

Incêndios: onda de calor de ontem fez as autoridades locais elevarem o alerta contra incêndios para "condições catastróficas" (Department of Justice New South Wales (NSW)/Reuters)

Incêndios: onda de calor de ontem fez as autoridades locais elevarem o alerta contra incêndios para "condições catastróficas" (Department of Justice New South Wales (NSW)/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de dezembro de 2019 às 14h03.

Sidney — O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, pediu neste domingo desculpas à população por ter saído de férias em meio a uma das piores ondas de incêndios florestais que atingem o país nos últimos anos.

Morisson estava no Havaí com a família e interrompeu a viagem após muitas críticas de opositores e de parte da população, que consideravam que faltava liderança ao país para enfrentar uma tragédia ambiental que provocou quatro mortes nesta semana.

"Entendo a insatisfação das pessoas ao saber que eu estava de férias com a minha família enquanto suas famílias estavam sob grande pressão. Aos australianos que decepcionei, peço desculpas por isso", afirmou Morrison em entrevista coletiva.

O primeiro-ministro conversou com jornalistas depois de visitar o quartel do Serviço Rural do Corpo de Bombeiros de Nova Gales do Sul, em Sidney. O estado é um dos mais afetados pela onda de incêndios.

Morrison reconheceu a relação entre os incêndios e a mudança climática, mas reiterou que não mudará as políticas contra o aquecimento global adotadas pelo governo da Austrália. Para ele, outros elementos, como a seca e até incêndios intencionais, são responsáveis por provocar a atual crise.

"Nosso governo e eu sempre reconhecemos a conexão entre os episódios meteorológicos e os incêndios com impacto da mudança climática global", destacou o líder do Partido Liberal.

O primeiro-ministro prometeu que o governo da Austrália cumprirá o compromisso assumido de reduzir as emissões de gases poluentes em 26% em relação a 2005 até 2030.

"Mas o que não faremos é atuar de forma precipitada ou em pânico. Uma resposta baseada no pânico não ajuda, põe pessoas em perigo", afirmou Morrison na entrevista coletiva.

Condições melhores

Depois de os termômetros marcarem 46 graus Celsius em Sidney ontem, acompanhados de fortes ventos que chegavam até 80 km/h, o Corpo de Bombeiros conta neste domingo com melhores condições para combater as chamas. Hoje, as temperaturas estão na casa dos 30 graus Celsius.

A onda de calor de ontem fez as autoridades locais elevarem o alerta contra incêndios para "condições catastróficas", o maior nível no sistema criado pelo país em 2009.

Na região de Blue Mountains, a 120 quilômetros a oeste de Sidney, dois incêndios se fundiram em um único e podem chegar até Gospers Mountain, local onde uma área equivalente ao território de Porto Rico já foi devastada.

Apesar disso, o comissário do Corpo de Bombeiros de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons, disse estar confiante em controlar as chamas com a ajuda da diminuição das temperaturas.

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