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Prefeitos detidos convocam continuação da luta pacífica

Prefeito de Caracas El Hatillo disse que seus dois colegas detidos ontem fizeram um apelo, da prisão, a continuar com a luta pacífica nas ruas da Venezuela


	Ativistas da oposição lançam coquetéis molotov na Venezuela: detenções desses dois prefeitos se somam à prisão, em fevereiro, do dirigente opositor Leopoldo López
 (Juan Barreto/AFP)

Ativistas da oposição lançam coquetéis molotov na Venezuela: detenções desses dois prefeitos se somam à prisão, em fevereiro, do dirigente opositor Leopoldo López (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 14h16.

Caracas - O prefeito do município de Caracas El Hatillo, David Smolansky, afirmou nesta quinta-feira que seus dois colegas detidos ontem fizeram um apelo, da prisão, a continuar com a "luta pacífica" nas ruas da Venezuela.

Smolansky, do partido opositor Vontade Popular (VP), revelou que visitou ontem à noite o prefeito de San Cristóbal (oeste), Daniel Ceballos, e seu colega do município de San Diego (centro), Vicencio Scarano, na prisão militar de Ramo Verde, onde os dois estão detidos desde ontem por ordem judicial.

"Daniel Ceballos manda essa mensagem (...) que se mantenham de pé de luta, que sigam com seu protesto organizado, pacífico e não violenta, e que em nenhum momento decaiam", disse Smolansky em entrevista coletiva.

Na mesma linha, Scarano "pediu a todos os cidadãos que continuem com sua luta pacífica não violenta e que ele não se vai a ajoelhar apesar desta sentença", acrescentou.

Scarano foi condenado ontem pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) a 10 meses e 15 dias de prisão por desacatar uma sentença que lhe obrigava a impedir a colocação de barricadas a que protestam contra o governo.

O município San Diego, no estado central de Carabobo, foi palco de barricadas desde que faz mais de um mês se suscitou uma onda de protestos em diferentes pontos do país.

Na jornada de ontem também foi detido Ceballos, militante de VP, depois que um tribunal ordenou sua detenção por "rebelião civil" por supostamente não impedir os atos de violência vistos em San Cristóbal, capital do estado ocidental de Táchira e um dos focos mais intensos dos protestos antigoverno.


As detenções desses dois prefeitos se somam à prisão, em fevereiro, do dirigente opositor Leopoldo López, acusado de instigar a violência com seus chamados a protestar contra o governo de Nicolás Maduro.

Smolansky disse que na sua visita a Ramo Verde, nos arredores de Caracas, pôde falar "por pouco mais de três minutos" com López, quem lhe pediu transmitir a todos os venezuelanos "que não deixem a luta" e reiterou sua convocação a marchar este sábado "para demonstrar que queremos viver em democracia".

"Essa foi a mensagem de Leopoldo López, quem está firme, que está com saúde estável e a quem vi com uma convicção muito mais profunda da necessidade que temos hoje os venezuelanos de conquistar nossos direitos", indicou o prefeito.

Smolansky denunciou, além disso, que após estas detenções se esconde uma tentativa do governo de Maduro por "ilegalizar" à Vontade Popular, que em nível nacional é liderado por López.

"Quero alertar não somente milhões de venezuelanos mas especialmente à comunidade internacional que nos fica muito claro que o objetivo do governo é desaparecer à Vontade Popular", assinalou.

"Poderão buscar vias para ilegalizar nosso partido, mas não acabarão com o espírito de milhares de ativistas", acrescentou.

A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo de Maduro há mais de um mês que deixaram um balanço oficial de 31 mortos, mais de 400 feridos e mais de mil detidos, a maioria já em liberdade por medidas cautelares.

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