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Práticas ambientais têm contribuição da nanotecnologia

A tecnologia dispensa o uso do petróleo na produção do plástico e o material degrada-se mais depressa

Plástico biodegradável: o pesquisador da Embrapa, José Manoel Morconcini, explica que o plástico biodegradável pode ser produzido a partir do amido de alimentos como milho, mandioca, trigo e arroz. (GettyImages)

Plástico biodegradável: o pesquisador da Embrapa, José Manoel Morconcini, explica que o plástico biodegradável pode ser produzido a partir do amido de alimentos como milho, mandioca, trigo e arroz. (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 13h37.

São Carlos (SP) - Plásticos biodegradáveis para uso em sacolinhas, copos descartáveis, embalagens e materiais para a agropecuária. Essas são algumas das funcionalidades da nanotecnologia já identificadas por pesquisadores brasileiros. A tecnologia dispensa o uso do petróleo na produção do plástico e o material degrada-se mais depressa. Enquanto o produto tradicional demora até 400 anos para ser absorvido no meio ambiente, o plástico biodegradável leva 18 semanas, em média.

Estudo liderado pela Embrapa Instrumentação aponta que o bioplástico pode ser misturado ao solo, a restos de alimentos e folhas, tornando-se adubo, princípio utilizado na compostagem. A utilização da nanociência permite que o material seja degradado por bactérias e fungos na água, gás carbônico e materiais biológicos.

O pesquisador da Embrapa, José Manoel Morconcini, explica que o plástico biodegradável pode ser produzido a partir do amido de alimentos como milho, mandioca, trigo e arroz, ou mesmo de materiais convencionais. O que vai definir o produto como biodegradável é a sua capacidade de se decompor no contato com a natureza.

“Os pré-requisitos fundamentais para um plástico biodegradar-se é ter a presença de micro-organismos vivos no ambiente em que ele será descartado, além da temperatura e da umidade adequadas. Nesse processo, fungos e bactérias vão se alimentar do plástico que for biodegradável”, diz Morconcini.


Segundo o pesquisador, o alto valor do plástico biodegradável em relação ao material tradicional é um dos fatores que dificultam a produção. “Ainda é muito caro o plástico biodegradável, comparando com plásticos comerciais que a gente conhece no cotidiano. É um gargalo a gente não ter grandes produções de peças com material biodegradável”, assinala.

Outro fator que distancia o bioplástico do consumidor é a ausência de um órgão que certifique a origem do material. “[É necessário criar] uma rede de institutos que certifique que o plástico é realmente biodegradável e compostável, para que o consumidor tenha segurança no uso desses novos materiais”.

O estudo de plásticos biodegradáveis é feito no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, criado com investimentos de mais de R$ 10 milhões e mantido com recursos da Agência Brasileira de Inovação - antiga Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) -, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). As linhas de pesquisa englobam desde nanobiossensores e sensores eletroquímicos para monitorar processos e produtos agropecuários, até nanofilmes comestíveis, produção de fertilizantes, pesticidas e remédios para animais.

Desde 2006, a Embrapa coordena a Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, que tem sede na unidade de São Carlos e conta com a participação de 150 pesquisadores, sendo 70 do quadro da Embrapa e 80 de instituições parceiras.

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