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Poucas propostas e muito espetáculo em debate nos EUA

O primeiro debate televisionado entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca foi protagonizado por Donald Trump

Donald Trump monopoliza o 1º debate entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca (Reuters/ Brian Snyder)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2015 às 07h17.

Washington - O primeiro debate televisionado entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca foi puro espetáculo, carente de propostas concretas, mas com muitas referências à rival democrata favorita nas pesquisas, Hillary Clinton , e monopolizado pela atenção voltada de antemão para Donald Trump .

Os 10 pré-candidatos melhores colocados nas enquetes debateram em horário nobre no pavilhão Quicken Loans Arena de Cleveland (Ohio), em um encontro transmitido pela emissora "Fox", que organizou outro debate quatro horas antes para os outros sete pré-candidatos que ficaram de fora do evento principal.

Fenômeno midiático há semanas por sua personalidade, comentários e popularidade nas pesquisas, Trump estava destinado a ser o centro de atenção e assim foi, graças em parte aos próprios moderadores do debate, que não cansaram de atiçar o magnata.

Trump foi fiel a si mesmo e já no início do debate não descartou apresentar-se como candidato independente às eleições de 2016 se não conseguir a indicação republicana.

Foi também Trump quem falou mais tempo (pouco mais de 10 minutos, dois a mais que Jeb Bush) e o mais procurado pelos internautas durante o debate em plataformas como Google e Facebook .

Analistas e meios de comunicação destacavam, pouco após o fim do debate, o desempenho do senador Marco Rubio e do governador de Ohio, John Kasich, um dos mais aplaudidos porque jogava em casa.

Por sua parte, um dos melhores avaliados nas enquetes, o governador de Wisconsin, Scott Walker, parecia ausente em alguns momentos, enquanto o combativo senador Rand Paul (Kentucky) foi quem menos falou, nem cinco minutos.

O elevado número de participantes e o formato, que limitava a um minuto a duração das intervenções, fez com que quase não houvesse interação entre os participantes.

Também não houve surpresas nas posturas dos candidatos sobre assuntos como imigração, política externa e aborto.

Rubio e Trump insistiram na necessidade de construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, enquanto o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, defendeu o fim das "cidades santuário", nas quais as autoridades locais protegem imigrantes ilegais da deportação.

"Eu também acredito que precisamos de um muro. O problema é se (o narcotraficante mexicano Joaquín) El Chapo (Guzmán) constrói um túnel sob esse muro. Temos que ser capazes de lidar com isso", disse Rubio em alusão à recente fuga do chefe do Cartel de Sinaloa.

Os candidatos rivalizaram na hora de prometer quem será mais duro na luta contra o Estado Islâmico (EI), mas concordaram em suas críticas à campanha militar contra os jihadistas iniciada pelo governo do presidente Barack Obama.

"Precisamos de um comandante-em-chefe que deixe claro que quem se unir ao EI está assinando sua sentença de morte", afirmou o senador Ted Cruz (Texas), de origem cubana.

Quando se abordou o tema do aborto, os pré-candidatos se mostraram especialmente duros contra essa prática, mas baixaram o tom com relação ao casamento gay, legalizado recentemente em todo o país pela Corte Suprema.

Os participantes também se opuseram em bloco ao acordo nuclear alcançado em julho em Viena entre o Irã e as potências do Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha).

Em geral, embora não se tenha mencionado a aproximação com Cuba, todos os pré-candidatos atacaram a política externa de Obama, a quem vários deles culparam por ter debilitado o país e as forças armadas, e alertaram para as ameaças representadas por China e Rússia, países imersos em uma "ciberguerra" contra Washington, nas palavras de Ted Cruz.

"Os governos russo e chinês sabem mais do servidor de e-mail de Hillary Clinton que o Congresso dos Estados Unidos", ironizou o governador Walker.

Walker se referiu assim à polêmica em torno de Hillary por ter usado um e-mail pessoal para assuntos oficiais quando era secretária de Estado.

A ex-chefe da diplomacia foi mencionada por quase todos e, obviamente, por Trump: "Eu disse a Hillary Clinton: 'Venha ao meu casamento' e ela foi a meu casamento. Não tinha escolha. Eu tinha doado para sua fundação", contou o magnata, para provar que "o sistema está quebrado".

"Temos um presidente que não tem nem ideia do que que faz", ressaltou Trump em referência a Obama.

Houve outras frases memoráveis ao longo da noite, como uma do ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee: "As forças armadas não são um experimento social, se trata de matar gente e quebrar coisas", comentou, ao ser perguntado sobre militares transexuais.

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Washington - O primeiro debate televisionado entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca foi puro espetáculo, carente de propostas concretas, mas com muitas referências à rival democrata favorita nas pesquisas, Hillary Clinton , e monopolizado pela atenção voltada de antemão para Donald Trump .

Os 10 pré-candidatos melhores colocados nas enquetes debateram em horário nobre no pavilhão Quicken Loans Arena de Cleveland (Ohio), em um encontro transmitido pela emissora "Fox", que organizou outro debate quatro horas antes para os outros sete pré-candidatos que ficaram de fora do evento principal.

Fenômeno midiático há semanas por sua personalidade, comentários e popularidade nas pesquisas, Trump estava destinado a ser o centro de atenção e assim foi, graças em parte aos próprios moderadores do debate, que não cansaram de atiçar o magnata.

Trump foi fiel a si mesmo e já no início do debate não descartou apresentar-se como candidato independente às eleições de 2016 se não conseguir a indicação republicana.

Foi também Trump quem falou mais tempo (pouco mais de 10 minutos, dois a mais que Jeb Bush) e o mais procurado pelos internautas durante o debate em plataformas como Google e Facebook .

Analistas e meios de comunicação destacavam, pouco após o fim do debate, o desempenho do senador Marco Rubio e do governador de Ohio, John Kasich, um dos mais aplaudidos porque jogava em casa.

Por sua parte, um dos melhores avaliados nas enquetes, o governador de Wisconsin, Scott Walker, parecia ausente em alguns momentos, enquanto o combativo senador Rand Paul (Kentucky) foi quem menos falou, nem cinco minutos.

O elevado número de participantes e o formato, que limitava a um minuto a duração das intervenções, fez com que quase não houvesse interação entre os participantes.

Também não houve surpresas nas posturas dos candidatos sobre assuntos como imigração, política externa e aborto.

Rubio e Trump insistiram na necessidade de construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, enquanto o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, defendeu o fim das "cidades santuário", nas quais as autoridades locais protegem imigrantes ilegais da deportação.

"Eu também acredito que precisamos de um muro. O problema é se (o narcotraficante mexicano Joaquín) El Chapo (Guzmán) constrói um túnel sob esse muro. Temos que ser capazes de lidar com isso", disse Rubio em alusão à recente fuga do chefe do Cartel de Sinaloa.

Os candidatos rivalizaram na hora de prometer quem será mais duro na luta contra o Estado Islâmico (EI), mas concordaram em suas críticas à campanha militar contra os jihadistas iniciada pelo governo do presidente Barack Obama.

"Precisamos de um comandante-em-chefe que deixe claro que quem se unir ao EI está assinando sua sentença de morte", afirmou o senador Ted Cruz (Texas), de origem cubana.

Quando se abordou o tema do aborto, os pré-candidatos se mostraram especialmente duros contra essa prática, mas baixaram o tom com relação ao casamento gay, legalizado recentemente em todo o país pela Corte Suprema.

Os participantes também se opuseram em bloco ao acordo nuclear alcançado em julho em Viena entre o Irã e as potências do Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha).

Em geral, embora não se tenha mencionado a aproximação com Cuba, todos os pré-candidatos atacaram a política externa de Obama, a quem vários deles culparam por ter debilitado o país e as forças armadas, e alertaram para as ameaças representadas por China e Rússia, países imersos em uma "ciberguerra" contra Washington, nas palavras de Ted Cruz.

"Os governos russo e chinês sabem mais do servidor de e-mail de Hillary Clinton que o Congresso dos Estados Unidos", ironizou o governador Walker.

Walker se referiu assim à polêmica em torno de Hillary por ter usado um e-mail pessoal para assuntos oficiais quando era secretária de Estado.

A ex-chefe da diplomacia foi mencionada por quase todos e, obviamente, por Trump: "Eu disse a Hillary Clinton: 'Venha ao meu casamento' e ela foi a meu casamento. Não tinha escolha. Eu tinha doado para sua fundação", contou o magnata, para provar que "o sistema está quebrado".

"Temos um presidente que não tem nem ideia do que que faz", ressaltou Trump em referência a Obama.

Houve outras frases memoráveis ao longo da noite, como uma do ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee: "As forças armadas não são um experimento social, se trata de matar gente e quebrar coisas", comentou, ao ser perguntado sobre militares transexuais.

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