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Potências mundiais rejeitam tratado contra armas nucleares

Segundo a embaixadora americana perante a ONU, Nikky Haley, cerca de 40 países decidiram se distanciar do processo de negociação do tratado na ONU

Nikky Haley: "como mãe, como filha, eu gostaria de um mundo sem armas nucleares, mas temos que ser realistas. Alguém acredita que a Coreia do Norte vai aceitar uma proibição das armas nucleares?" (Shannon Stapleton/Reuters)
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EFE

Publicado em 27 de março de 2017 às 13h55.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 13h00.

Nações Unidas - As potências atômicas e vários de seus aliados rejeitaram nesta segunda-feira participar das negociações de um tratado internacional que proíba as armas nucleares , que começaram hoje na sede das Nações Unidas .

No total, cerca de 40 países decidiram se distanciar do processo, segundo disse aos jornalistas a embaixadora americana perante a ONU, Nikky Haley.

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"Como mãe, como filha, eu gostaria de um mundo sem armas nucleares, mas temos que ser realistas. Alguém acredita que a Coreia do Norte vai aceitar uma proibição das armas nucleares?", disse Haley.

A representante americana convocou os veículos de imprensa para expressar publicamente sua postura ao início das discussões e falou junto a seus colegas da França e do Reino Unido e rodeada por representantes de outros países aliados.

Os EUA, insistiram, seguem acreditando na não-proliferação, mas considera necessário dispor de armas atômicas para sua defesa e a de seus parceiros.

"Neste dia e hora não podemos dizer honestamente que podemos proteger nossa gente permitindo aos maus tê-las e aos bons, os que tratam de manter a paz e a segurança, não tê-las", defendeu.

O embaixador britânico, Matthew Rycroft, explicou que seu país não participará das negociações porque não acredita que possam levar a um "progresso efetivo no desarmamento nuclear global".

O representante adjunto da França, Alexis Lamek, recalcou que uma proibição imediata das armas nucleares vai contra o "enfoque progressivo" do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e defendeu que atualmente não há as "condições de segurança" para dar esse passo.

"O protesto de última hora da embaixadora Haley e outros que apoiam o presidente americano demonstra o quão preocupados estão pelo verdadeiro impacto do tratado de proibição nuclear", respondeu em comunicado Beatrice Fihn, diretora-executiva da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, por sua sigla em inglês).

Com exceção da Holanda, os países da Otan, decidiram não participar das negociações.

China e Rússia -que junto aos EUA, França e Reino Unido são membros permanentes do Conselho de Segurança e têm arsenais atômicos- também se opõem ao processo, no qual também não participam outras nações com armas nucleares como Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.

Enquanto isso, mais de 120 países confirmaram sua presença na conferência que começou hoje na ONU para começar a negociar o tratado.

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