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Porto Rico decide seus futuros laços políticos com os EUA

Neste domingo, os porta-riquenhos votaram a favor da anexação da ilha do Caribe aos Estados Unidos

Porto Rico: Porto-riquenhos são cidadãos americanos, mas não podem votar em eleições presidenciais (Wikimedia Commons/Reprodução)
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AFP

Publicado em 11 de junho de 2017 às 17h56.

Os porta-riquenhos votaram neste domingo (11) em um plebiscito marcado pela abstenção e boicoteado pela oposição. Eles opinaram a favor da anexação aos Estados Unidos , um resultado que o governador prometeu defender nos fóruns internacionais.

Cerca de 2,2 milhões de eleitores foram convocados para escolher entre a anexação, a independência ou por manter o status quo em um plebiscito não vinculante para Washington.

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Após o fechamento das urnas às 15h (horário de Brasília), a anexação ganhava com folga, com 457.959 votos (97,26%), segundo informações da Comissão Estatal de Eleições.

No entanto, a participação, com 86,75% das urnas apuradas, era de 22,70%.

Esses resultados eram previsíveis, considerado o boicote dos partidos Independentista Porto-Riquenho (PIP) e Popular Democrático (PPD), que consideraram a consulta "uma farsa".

O governador de Porto Rico, Ricardo Rousselló Nevares anunciou, após votar pela anexação plena aos Estados Unidos, que defenderá nos fóruns mundiais o resultado do plebiscito.

"Recorreremos aos fóruns internacionais para defender a importância de que Porto Rico seja o primeiro estado hispânico dos Estados Unidos", disse o político, acompanhado de sua esposa Beatriz Areizaga García no município de Guaynabo, a oeste de San Juan.

O presidente do anexionista Partido Novo Progressista (PNP) manifestou que seu governo lutará "em Washington e no mundo inteiro" para conseguir a anexação.

Porto Rico é uma ilha do Caribe que os Estados Unidos tomaram da Espanha em 1898. Em 1952, Washington conferiu à ilha o estatuto de "Estado livre associado", o que lhe dá alguns direitos nos Estados Unidos, como a cidadania e liberdade de movimento, além de alguma autonomia.

Porto Rico atravessa há uma década uma grave crise econômica. A ilha vivia das grandes empresas atraídas por isenções fiscais, mas esses benefícios foram abolidos em 2006, dando início à queda livre.

Hoje, 46% dos seus 3,5 milhões de habitantes vivem na pobreza. A ilha está dizimada por uma dívida de mais de 70 bilhões de dólares que não pode honrar e no mês passado caiu na maior falência de uma entidade americana.

Washington passou a supervisionar suas finanças, mas não mostra vontade de resgatar Porto Rico, entre outras coisas, porque não é propriamente um estado da União.

A consulta teve início às 8h (9h de Brasília) e foi até às 15h (16h de Brasília). Os resultados são esperados às 22h (19h de Brasília), de acordo com as autoridades eleitorais.

Michelle Sierra, partidária da plena anexação de Porto Rico, afirma que optou pela "anexação porque merecemos um futuro melhor e os meus filhos merecem um futuro melhor".

"Nós, como povo, precisamos dessa injeção (econômica) como outros estados, para lidar com a crise fiscal", acrescentou.

Sob o status atual, os porto-riquenhos são cidadãos americanos, mas não podem votar em eleições presidenciais, a menos que residam no continente.

O povo da ilha pode entrar e deixar livremente os Estados Unidos e as duas economias estão intimamente ligadas.

Mas os porto-riquenhos são representados no Congresso por apenas um comissário com voz, mas sem voto; e Washington tem a última palavra em assuntos de seus territórios.

No último referendo em 2012, a maioria dos eleitores disse estar descontente com o status atual. Mas, desde então, nada mudou, e Rossello quer tentar novamente.

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