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Por que Robert Kennedy pode ser fundamental para o resultado das eleições nos EUA?

Candidato independente tem cerca de 10% de preferência e pode retirar votos de Trump e Biden

Robert Kennedy Jr, candidato à Presidência dos EUA (Josh Edelson/AFP)

Robert Kennedy Jr, candidato à Presidência dos EUA (Josh Edelson/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de maio de 2024 às 06h03.

O advogado Robert F. Kennedy Jr busca ser a terceira via nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024. Em uma disputa apertada entre Donald Trump e Joe Biden, ele pode acabar fazendo a diferença, ao tirar votos dos dois principais competidores.

"Eu acredito que ele vai ser fundamental, principalmente em estados como Michigan, Wisconsin e Pensilvânia. Ele continua estável nas pesquisas, em torno de 10%. Ainda não está claro se ele vai tirar mais votos de Trump ou Biden, mas é uma questão para ficar atento", diz Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington. Ele comentou a situação atual da disputa no programa "O Caminho para a Casa Branca". Veja a integra do comentário abaixo.

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Na sexta, 10 de maio, Trump somava 41,3% dos votos, e Biden, 40,6%, segundo o site 538, que agrega várias pesquisas. Robert Kennedy Jr, que disputa como independente, tem 10,1%.

Moura lembra que, em 2016, houve estados em que Trump venceu Hillary Clinton por apenas 10.000 votos de diferença. No modelo americano, o candidato que vence em um estado leva todos os votos daquele estado no Colégio Eleitoral, independente da margem de vantagem.

"Acompanhei dois grupos focais. Tem eleitores de Trump que estão votando em Kennedy e acreditam que ele é um cara antissistema e valorizam a posição dele contra as vacinas. E ex-eleitores do Biden dizem que é meio um outsider, que peita o stablishment do Partido Democrata, mas ao mesmo tempo não é um político de ocasião porque vem de um sobrenome com lastros históricos", prossegue o professor.

Quem é Robert F. Kennedy Jr.

Kennedy, 70 anos, é filho de Robert Kennedy, irmão do ex-presidente John Kennedy, que foi assassinado em 1968, quando disputava a Presidência. RFK Jr, como é conhecido nos EUA, fez carreira como advogado e defensor de causas ambientais. Nos últimos anos, no entanto, se posicionou como ativista anti-vacina.

RFK era filiado ao Partido Democrata, como é tradição em sua família, e começou a campanha dentro do partido. Em outubro, no entanto, decidiu se lançar como candidato independente.

A falta de um partido forte dificulta muito que ele conquiste a vitória. Como a eleição presidencial nos EUA é descentralizada, os competidores precisam se inscrever e conquistar votos nos 50 estados do país para conseguir se eleger. Assim, sem um partido já organizado, fica difícil cumprir com todas as burocracias locais e se firmar na disputa. Desde o fim do século 19, todos os presidentes americanos vieram de um dos dois grandes partidos, o Democrata e o Republicano.

Na última quarta, 8, Kennedy contou ter sido infectado por um parasita que teria comido parte de seu cérebro. Ele disse que teve uma suspeita de câncer no local, mas que depois os médicos teriam diagnosticado a presença de um verme. Como ambientalista, ele fez muitas viagens à África e à Índia, e pode ter se contaminado nesses locais.

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