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Por que o rastro do voo MH370 leva agora para a França

Mistério que começou com o desaparecimento de um avião a caminho da China que se desviou para águas da Austrália se aproximou da África e, agora, da França


	Buscas pelo avião do voo MH370
 (Greg Wood/AFP)

Buscas pelo avião do voo MH370 (Greg Wood/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2015 às 17h04.

Um mistério que começou com o desaparecimento de um avião malaio a caminho da China que se desviou para as águas do litoral da Austrália agora se espalhou para o Oceano Índico e se aproximou da África. Próxima parada: a França.

Reunião, uma ilha ao leste de Madagascar em cujo litoral apareceu um fragmento do avião, que ficou sob a tutela da polícia, é um território da França que envia oito legisladores para a Assembleia Nacional do país.

O fragmento será despachado de Reunião nesta sexta-feira e chegará à França no sábado para ser examinado perto de Toulouse, informou a rádio Europe1 da França no seu site.

“É um tanto complicado quando algo aterrissa nos grandes oceanos brancos, porque ninguém é dono do oceano a mais de 22 quilômetros do litoral”, disse Brian O’Keefe, ex-vice-presidente da assembleia geral da Organização da Aviação Civil Internacional, em entrevista por telefone de Canberra.

“É um caso incomum em que os destroços são achados em uma jurisdição diferente daquela do lugar onde se acredita que o acidente tenha ocorrido”.

Se a investigação demonstrar que o fragmento pertence ao voo 370 da Malaysia Airlines, que desapareceu em 8 de março de 2014 com 239 pessoas a bordo, não ajudará a localizar o ponto onde o avião descansa.

Contudo, isso renovaria o impulso dos esforços de busca no litoral da Austrália, que por enquanto não acharam vestígios do voo condenado.

Fragmento de 777

Um número de parte no componente da asa confirma que se trata de um 777, o mesmo modelo que o voo MH370, segundo uma fonte do setor que não estava autorizada a falar sobre a investigação. Investigadores franceses examinarão o fragmento sob a supervisão das autoridades malaias, disse a fonte.

A Malaysia Airlines identificou a parte como um “flaperon”, um painel móvel na parte traseira da asa utilizado para inclinar o avião e que também pode se mexer para expandir o tamanho da asa durante a decolagem e o pouso.

Fora o MH370, não se sabe da queda de nenhum 777 no Oceano Índico.

O voo 370 desapareceu depois que os equipamentos de comunicação no avião deixaram de funcionar e este se desviou da sua rota de Kuala Lumpur até a China e sobrevoou o Oceano Índico.

Os investigadores concluíram que alguém a bordo desativou intencionalmente os dispositivos de rastreamento.

Os buscadores não acharam vestígios do avião apesar de varrerem dezenas de milhares de quilômetros quadrados de águas profundas com sonares. A ilha Reunião, onde o componente foi achado, fica a cerca de 3.800 quilômetros a noroeste da área de busca.

Normalmente, até quatro jurisdições são envolvidas na investigação de um acidente, disse O’Keefe.

Entre elas estão os países onde a operadora do avião tem sede e onde este está cadastrado, o país do fabricante do avião e o país onde aconteceu o acidente.

Estudando fissuras

Estudando as linhas de fissura e a superfície do fragmento, os investigadores poderiam conseguir determinar como este foi arrancado do 777 e se o flaperon estava estendido no momento.

Os flaperons são utilizados quando os pilotos desaceleram um avião para o pouso, portanto sua posição poderia dar uma pista de se os pilotos controlavam o avião durante seus momentos finais, disse ele.

Os investigadores também poderiam analisar cracas atreladas ao fragmento, as quais poderiam permitir saber por quais águas os destroços passaram.

“Há muita evidência forense” nos vestígios, disse John Cox, ex-capitão de empresas aéreas e CEO da Safety Operating Systems, uma consultoria de aviação.

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