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Por que Lula foi à Bolívia? Entenda os principais pontos da viagem

Brasileiro foi à Bolívia reforçar laços políticos e econômicos; ele também comentou a situação na Venezuela

Arce agradeceu Lula pelo apoio do brasileiro no momento em que a Bolívia sofreu uma tentativa de golpe (Ricardo Stuckert / PR/Agência Brasil)

Publicado em 10 de julho de 2024 às 06h39.

Última atualização em 10 de julho de 2024 às 08h07.

Após a reunião de cúpula doMercosulrealizada no Paraguai na segunda-feira, o presidente Lula foi à Bolívia, próximo país que vai entrar como membro pleno do bloco. Lula quis mostrar apoio ao presidente Luis Arce, que sofreu uma tentativa de golpe há duas semanas. Veja quais foram os principais pontos dessa viagem do presidente brasileiro:

Desejo de cooperação

"O Brasil pode ajudar a Bolívia na transferência de tecnologia, ajudar na agricultura. Estamos interessados em ajudar na exploração de minerais, em benefício da Bolívia, no gás, em construir hidrovias", disse Lula, segundo o canal privado de televisão 'Red Uno'.

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Ministros dos dois países assinaram umadezena de acordos de cooperação e memorandos de entendimento sobre o combate ao tráfico de pessoas, gestão migratória e a capacitação no combate ao narcotráfico.

Lula também destacou a importância de uma integração viária e energética com a Bolívia. Ele mencionou o gasoduto de cerca de 1.000 km que une os dois países, que pode servir para transportar o gás das reservas de Vaca Muerta, na Argentina. O governo Arce propôs alugar seus dutos para que o gás argentino chegue ao solo brasileiro.

Lula também mencionou a decisão de impulsionar um corredor ferroviário que ligue os portos brasileiros no Atlântico aos terminais sobre o Pacífico.

Lula, aliado político de Arce e do ex-presidente Evo Morales (2006-2019) - chegou à Bolívia com cerca de 100 empresários, que se reuniram com seus pares bolivianos.

Esta foi a primeira visita de Lula à Bolívia desde que reassumiu a presidência em janeiro de 2023. A última vez em que ele esteve no país andino foi em 2009, quando Morales estava no poder.

Intolerância a golpismos

"Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso ", ressaltou Lula em Santa Cruz de La Sierra, capital econômica do país.

Lula lembrou em seu discurso os incidentes de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, e citou as crises políticas na Bolívia em 2019 e no mês passado.

Em tom reflexivo, disse que a manutenção do sistema democrático "provou ser ainda um terreno movediço". Arce agradeceu ao Brasil por condenar a tentativa de golpe na Bolívia e por sua solidariedade à democracia boliviana.

Sem citá-los diretamente, Lula fez alusão às diferenças entre Arce e seu mentor político, Evo Morales (2006-2019): "Em todo o mundo, a desunião das forças democráticas só tem servido à extrema direita."

Morales acusa o governo Arce de ter promovido uma decisão do Tribunal Constitucional para inabilitá-lo como candidato nas eleições de 2025. Os dois também divergem sobre a tentativa de golpe do mês passado.

Situação política na Venezuela

"A normalização da vida política venezuelana significa estabilidade para toda a América do Sul. Por isso, fazemos votos de que as eleições transcorram de forma tranquila e que os resultados sejam reconhecidos por todos", disse Lula. O país realiza eleições presidenciais no próximo dia 28.

O Mercosul suspendeu a Venezuela em 2017, por "ruptura da ordem democrática" no governo de Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez (1999-2013) e que buscará nas urnas seu terceiro mandato.

Maduro tem como principal adversário Edmundo González Urrutia, nomeado no lugar da líder opositora María Corina Machado, inabilitada pela Controladoria venezuelana.

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