Poluição: a prova invisível das Olimpíadas de Londres
Má qualidade do ar pode afetar desempenho dos atletas olímpicos, alertam especialistas em saúde; autoridades londrinas apostam em solução mágica para combater a poluição
Vanessa Barbosa
Publicado em 16 de julho de 2012 às 17h19.
São Paulo – Os atletas olímpicos, que começam a desembarcar nesta segunda-feira em Londres, podem enfrentar, além das mais de 30 modalidades previstas na competição, uma prova de fogo invisível e de tirar o fôlego: a poluição do ar.
Especialistas de saúde do país têm alertado que a poluição no período do verão poderia prejudicar o desempenho e a saúde de muitos esportistas, principalmente daqueles ligados à atividades mais aeróbicas e de resistência, como ciclismo, corrida, natação e vela.
Keith Prowse, médico da Fundação Britânica do Pulmão, disse ao jornal birtânico The Guardian que se durante os jogos o nível de poluição no ar da cidade decepcionar, como já aconteceu cinco vezes este ano - em março, a poluição chegou a nível recorde -, muitos atletas podem sentir dores no peito, dores de garganta e falta de ar.
"Se a qualidade do ar estiver ruim, os atletas podem não alcançar seu desempenho máximo e aqueles que têm alguma tendência para a asma serão afetados", explicou Prowse. “O ar poluído pode inflamar as vias aéreas”, alerta.
Em termos de poluição atmosférica, Londres é uma das cidades mais sujas da Europa. Nem mesmo o inovador esquema de rodízio, adotado há oito anos no centro para controlar o tráfego de carros, conseguiu resolver o problema. Os principais poluentes são partículas minúsculas de fuligem, chamadas PM2,5.
Medindo apenas 0,0025mm, elas resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores e formam, por exemplo, a fuligem preta em paredes de túneis e latarias de carroceria, na sua maioria emitidos pelo tráfego, mas também de fábricas.
Além disso, a cidade tem as piores concentrações de dióxido de nitrogênio entre todas as capitais na União Europeia. A emissão de NO2, que provém principalmente da queima de combustíveis pelo transporte, pode provocar problemas respiratórios, diminuir a resistência do organismo à vários tipos de infecções e contribuir para a formação de chuva ácida.
Fé em solução mágica
Para combater a poluição, as autoridades londrinas apostam suas fichas no uso de uma “cola mágica”. Desde o começo do ano, um veículo especial asperge sobre determinadas ruas da cidade uma solução de acetato de magnésio de cálcio, que tem o curioso efeito de atrair partículas de poeira fina em suspensão e prendê-las ao asfalto.
Uma vez capturada, a poeira é recolhida pelo movimento contínuo dos pneus de carros ou lavada pela chuva. A ideia da prefeitura é intensificar o uso dessa solução para tentar melhorar a qualidade do ar a tempo da abertura dos jogos, no dia 27.
A tática adotada por Londres difere bastante das medidas, mais radicais que Pequim implementou para as Olimpíadas de 2008. Preocupado com a poluição do ar, o governo chegou a limitar o tráfego de carros, com rodízios especiais, e também fechou temporariamente algumas fábricas.
São Paulo – Os atletas olímpicos, que começam a desembarcar nesta segunda-feira em Londres, podem enfrentar, além das mais de 30 modalidades previstas na competição, uma prova de fogo invisível e de tirar o fôlego: a poluição do ar.
Especialistas de saúde do país têm alertado que a poluição no período do verão poderia prejudicar o desempenho e a saúde de muitos esportistas, principalmente daqueles ligados à atividades mais aeróbicas e de resistência, como ciclismo, corrida, natação e vela.
Keith Prowse, médico da Fundação Britânica do Pulmão, disse ao jornal birtânico The Guardian que se durante os jogos o nível de poluição no ar da cidade decepcionar, como já aconteceu cinco vezes este ano - em março, a poluição chegou a nível recorde -, muitos atletas podem sentir dores no peito, dores de garganta e falta de ar.
"Se a qualidade do ar estiver ruim, os atletas podem não alcançar seu desempenho máximo e aqueles que têm alguma tendência para a asma serão afetados", explicou Prowse. “O ar poluído pode inflamar as vias aéreas”, alerta.
Em termos de poluição atmosférica, Londres é uma das cidades mais sujas da Europa. Nem mesmo o inovador esquema de rodízio, adotado há oito anos no centro para controlar o tráfego de carros, conseguiu resolver o problema. Os principais poluentes são partículas minúsculas de fuligem, chamadas PM2,5.
Medindo apenas 0,0025mm, elas resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores e formam, por exemplo, a fuligem preta em paredes de túneis e latarias de carroceria, na sua maioria emitidos pelo tráfego, mas também de fábricas.
Além disso, a cidade tem as piores concentrações de dióxido de nitrogênio entre todas as capitais na União Europeia. A emissão de NO2, que provém principalmente da queima de combustíveis pelo transporte, pode provocar problemas respiratórios, diminuir a resistência do organismo à vários tipos de infecções e contribuir para a formação de chuva ácida.
Fé em solução mágica
Para combater a poluição, as autoridades londrinas apostam suas fichas no uso de uma “cola mágica”. Desde o começo do ano, um veículo especial asperge sobre determinadas ruas da cidade uma solução de acetato de magnésio de cálcio, que tem o curioso efeito de atrair partículas de poeira fina em suspensão e prendê-las ao asfalto.
Uma vez capturada, a poeira é recolhida pelo movimento contínuo dos pneus de carros ou lavada pela chuva. A ideia da prefeitura é intensificar o uso dessa solução para tentar melhorar a qualidade do ar a tempo da abertura dos jogos, no dia 27.
A tática adotada por Londres difere bastante das medidas, mais radicais que Pequim implementou para as Olimpíadas de 2008. Preocupado com a poluição do ar, o governo chegou a limitar o tráfego de carros, com rodízios especiais, e também fechou temporariamente algumas fábricas.