Polêmicas: Richard Grenell assumiu o cargo em 8 de maio e, imediatamente, provocou polêmica ao escrever no Twitter que as empresas alemãs deveriam deixar de fazer negócios com o Irã (Reprodução/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de junho de 2018 às 09h31.
Última atualização em 5 de junho de 2018 às 09h38.
Líderes da esquerda na Alemanha pediram nesta terça-feira a expulsão do embaixador dos Estados Unidos em Berlim, um ferrenho defensor do presidente Donald Trump, que foi acusado de tentar interferir em assuntos internos do país.
Richard Grenell assumiu o cargo em 8 de maio e, imediatamente, provocou polêmica ao escrever no Twitter que as empresas alemãs deveriam deixar de fazer negócios com o Irã, depois que o governo dos Estados Unidos abandonou o acordo nuclear assinado com a República Islâmica em 2015.
https://twitter.com/RichardGrenell/status/993924107212394496
Também teria afirmado no fim de semana, de acordo com a imprensa, que sua ambição é "fortalecer" as políticas e os líderes conservadores na Europa.
Grenell também gerou polêmica ao convidar para um almoço em 13 de junho o chanceler conservador austríaco Sebastian Kurz, a quem chamou de "estrela do rock"
"O que faz este homem é inaudito na diplomacia internacional", afirmou Martin Schulz, ex-líder do Partido Social-Democrata (SPD), à agência DPA.
"Se o embaixador alemão afirmasse em Washington que estava lá para fortalecer os democratas, receberia um chute no traseiro", disse.
O ministro alemão das Relações Exteriores pediu explicações sobre os comentários de Grenell. O tema deve ser abordado em um encontro, que já estava marcado, na quarta-feira entre o embaixador e o secretário de Estado Andreas Michaelis.
A líder do partido de extrema-direita Die Linke, Sahra Wagenknecht, afirmou que o governo deveria expulsar Grenell de modo imediato.
"Alguém como o embaixador americano Richard Grenell, que considera que pode ser o senhor da Europa e determinar quem governa nela, não pode seguir mais como diplomata na Alemanha", disse Wagenknecht ao jornal Die Welt.