Estação de metrô de Nova York, a maior cidade dos Estados Unidos ( Fraser Hall/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 6 de março de 2024 às 16h57.
Última atualização em 6 de março de 2024 às 17h00.
A governadora Kathy Hochul afirmou nesta quarta-feira que enviará agentes da Guarda Nacional e policiais estaduais para o metrô da cidade de Nova York, após o aumento de incidentes violentos na rede subterrânea da maior cidade dos Estados Unidos.
Hochul disse que uma grande demonstração de força no sistema, que é operado pela agência estadual Metropolitan Transportation Authority (M.T.A), ajudaria os passageiros e visitantes da cidade a se sentirem seguros.
— Esses ataques hediondos e descarados em nosso sistema de metrô não serão tolerados — disse a governadora do estado de Nova York durante uma entrevista coletiva, referindo-se a uma série de assaltos recentes de alto nível.
A governadora Kathy Hochul afirmou nesta quarta-feira que enviará agentes da Guarda Nacional e policiais estaduais para o metrô da cidade de Nova York, após o aumento de incidentes violentos na rede subterrânea da maior cidade dos Estados Unidos. Hochul disse que uma grande demonstração de força no sistema, que é operado pela agência estadual Metropolitan Transportation Authority (M.T.A), ajudaria os passageiros e visitantes da cidade a se sentirem seguros.
— Ninguém que está indo para o trabalho, ou visitar a família, ou a uma consulta médica, deve se preocupar com o fato de a pessoa sentada ao seu lado ter uma arma mortal — disse Hochul.
Serão enviados mil agentes, sendo 250 membros da Polícia Estadual e M.T.A e 750 da Guarda Nacional, para ajudar o Departamento de Polícia de Nova York. Os policiais irão patrulhar as plataformas, ajudar a verificar as malas e a barrar passageiros violentos.
Segundo a imprensa local, o destacamento de policiais faz parte do que Hochul descreveu como um plano de cinco pontos voltados para a proteção dos passageiros do metrô. Entre as estratégias estão o investimento de US$ 20 milhões para aumentar as equipes de saúde mental que trabalham nos metrôs para ajudar passageiros e a instalação de novas câmaras nas cabines dos condutores.
A governadora também pretende aumentar a coordenação do Ministério Público e a polícia para rastrear infratores reincidentes, bem como a implantação de mais equipes de apoio em parceria com as equipes existentes do Programa de Suporte a Operações Seguras (SOS, na sigla em inglês), que atendem pessoas em situação de rua e em abrigos temporários. O plano, por fim, busca ainda implementar uma legislação que permitiria aos juízes proibir que pessoas condenadas por crimes violentos em ônibus e no metrô andassem no transporte subterrâneo.
— Então, basicamente, se você agredir alguém no metrô, você não estará no metrô — disse, explicando: — E um juiz terá o poder de garantir que, por pelo menos três anos, você não poderá andar de metrô.
Os policiais adicionais se somam a uma presença já grande nos metrôs de agentes, onde o prefeito Eric Adams ordenou a contratação de mais mil policiais em fevereiro. O anúncio do plano de cinco pontos foi feito ao lado do presidente da agência estadual, Janno Lieber, em Manhattan. Adams não esteve presente no evento.
Em meados de 2022, havia cerca de um crime violento para cada um milhão de viagens no metrô, de acordo com uma análise do New York Times, o que tornava remotas as chances de ser vítima de um crime desse tipo. Desde então, essas chances se tornaram ainda mais remotas, pois a taxa geral de crimes no sistema de transporte caiu para, segundo a ABC News, 15% em comparação ao ano anterior e o número de passageiros aumentou.
Por outro lado, as estatísticas mais recentes mostram um quadro obscuro no metrô: um aumento de 45% nos crimes graves em janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o chefe de transportes do Departamento de Polícia de Nova York, Michael Kemper, citado pela ABC News, afirma que mais de 3 mil prisões foram feitas no sistema nos dois primeiros meses do ano, muitas delas reincidentes.
Os furtos qualificados — roubos sem uso de força — foram os principais impulsionadores do aumento da criminalidade no mês, de acordo com a polícia e são definidos pelos agentes como crimes graves, juntamente com homicídios, agressões e roubos.
Até 3 de março foram registrados 388 furtos qualificados no sistema de trânsito da cidade, de acordo com dados do Departamento de Polícia. Isso representou um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, embora continue 3% menor do que o valor registrado em 2019, um ano antes da pandemia do coronavírus, quando mais passageiros usavam o sistema. Atualmente, o metrô tem cerca de três milhões de usuários, enquanto em 2019 tinha cinco milhões.
Desde janeiro, também ocorreram ao menos três homicídios e várias agressões brutais, incluindo um tiroteio no último dia 12, que deixou um morte e cinco feridos. Ao menos três homens foram esfaqueados: um condutor do transporte público em 29 de fevereiro; um jovem de 27 anos, atacado na mão; e um homem de 61 anos, esfaqueado no estômago.
Na véspera do anúncio, um homem teria sido agredido com um martelo, enquanto outro passageiro foi atacado com um guarda-chuva. No ataque do dia 12, as autoridades explicaram o incidente como um confronto entre gangues rivais de jovens.
— Esses ataques hediondos e descarados ao nosso sistema de metrô não serão tolerados — disse Hochul durante uma entrevista coletiva nesta quarta.
À medida que a cidade continua a se recuperar da pandemia, o prefeito Adams disse que deseja ver uma "onipresença" de policiais nos metrôs. Kemper, segundo a NBC, afirma que o destacamento de mil policiais pelo democrata levou a uma redução de 17% na criminalidade em fevereiro.
Em uma coletiva de imprensa na terça-feira, o prefeito disse que, ao conversar com passageiros do metrô, ouviu elogios como: "Eric, nada nos faz sentir mais seguros do que ver aquele policial na cabine de token, andando pelo sistema, andando pelos trens".
Especialistas em trânsito temem que a vigilância extra possa ter o efeito oposto ao pretendido, fazendo com que os passageiros tenham ainda mais medo dos metrôs em vez de se sentirem tranquilos.
— O envio de tropas para o metrô infelizmente aumentará a sensação de insegurança — disse Danny Pearlstein, porta-voz da Riders Alliance, um grupo de defesa do trânsito ao NYT.
Pearlstein pediu às autoridades públicas que, em vez disso, se concentrassem em resolver os problemas do sistema de transporte em suas causas básicas, fornecendo mais moradia, assistência médica e outros serviços sociais essenciais para as pessoas necessitadas.