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Polícia turca dispersa manifestantes em Ancara

Polícia turca utilizou gás lacrimogêneo para dispersar quase 2.000 pessoas que faziam uma passeata até o Parlamento em Ancara

Manifestantes fogem do gás lacrimogêneo e dos jatos d'água em Ancara: passeata exige libertação de oficiais condenados por conspirarem contra o regime (Adem Altan/AFP)

Manifestantes fogem do gás lacrimogêneo e dos jatos d'água em Ancara: passeata exige libertação de oficiais condenados por conspirarem contra o regime (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 13h03.

Ancara - A polícia turca utilizou nesta quinta-feira gás lacrimogêneo para dispersar quase 2.000 pessoas que faziam uma passeata até o Parlamento em Ancara para exigir a libertação de oficiais condenados por conspirarem contra o regime, informou a imprensa local.

As forças de ordem lançaram bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, reunidos no centro da capital, quando começaram a se aproximar do Parlamento, segundo a agência de notícias Dogan.

"Liberdade aos patriotas" e "não à conspiração", gritavam os manifestantes.

"A Turquia está sob o jugo da repressão" do primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan, declarou uma manifestante, Emine Altin, para quem "esta é uma questão de vida ou morte agora".

Os confrontos entre a polícia e os manifestantes fizeram ao menos dois feridos, constatou um jornalista da AFP. Doze manifestantes foram detidos, segundo a polícia.

Os manifestantes denunciam o destino de centenas de oficiais aposentados ou na ativa, incluindo um ex-chefe do Estado-Maior do Exército, que foram condenados entre 2012 e 2013 a penas de prisão em dois casos de conspiração contra o governo islâmico-conservador no poder desde 2002.

Envolvido em um escândalo de corrupção sem precedentes, que eclodiu em meados de dezembro, o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan estendeu a mão para o Exército, anunciando seu apoio a um novo julgamento desses oficiais.

O Estado-Maior do Exército turco solicitou a revisão dos dois casos em questão, argumentando que as provas contra os seus homens tinham sido fabricadas.

Por muito tempo autoproclamado guardião dos valores laicos e da República, o Exército turco, que realizou três golpes de Estado e forçou um primeiro-ministro islâmico a renunciar em 1997, foi descartado do jogo político por Erdogan por meio de expurgos e processos judiciais.

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