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Polícia tunisiana reprime protestos no centro de Túnis

Manifestações do Dia Nacional dos Mártires, com mais de mil pessoas, ocorreram na avenida Habib Bourguiba no centro da capital

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2012 às 13h19.

Túnis - A Polícia tunisiana utilizou gás lacrimogêneo nesta segunda-feira para impedir várias manifestações na avenida Habib Bourguiba, no centro da capital, onde os protestos estão proibidos desde o dia 28 de março.

Mais de mil pessoas, convocadas por vários partidos da oposição e organizações civis, tinham comparecido nesta rua para uma manifestação por causa do Dia Nacional dos Mártires, em homenagem às vítimas das revoltas que acabaram com o regime do presidente Zine el Abidine Ben Ali.

Centenas de forças antidistúrbios impediram com gás lacrimogêneo o acesso dos manifestantes a esta avenida, onde se encontra a sede do Ministério do Interior.

Além disso, um grupo de jovens desempregados, que também tinha convocado uma concentração de protesto na avenida, foi dispersado com gases antes que pudesse chegar à via.

Apesar da proibição e de um grande desdobramento policial, grupos de pessoas tentaram chegar à rua por diferentes pontos.

A oposição convidou todos os cidadãos a uma manifestação nesta segunda-feira em todas as ruas do país chamadas Habib Bourguiba, em memória do primeiro Chefe de Estado tunisiano, para protestar, precisamente, contra a proibição de realizar manifestações na avenida que leva o nome do primeiro chefe de Estado da Tunísia independente.

O ministro do Interior tunisiano, Ali Laaridi, justificou a proibição das manifestações nesta rua do centro da capital pelas queixas dos comerciantes e hoteleiros que se afirmam afetados pelas contínuas convocações de protesto que desembocam nesta via.

Grande parte da opinião pública se mostrou contra esta medida por considerá-la "contrária ao novo espírito de liberdade desde a derrocada do tirano Ben Ali precisamente em manifestações na Bourguiba", como disse à agência Efe o ativista Rami Esgair.

"Continuaremos insistindo até alcançar o que é nosso", acrescentou Rami em referência a sua intenção e a de outros manifestantes de chegar à avenida, que se transformou em um símbolo das revoltas populares da "Primavera Árabe" tunisiana. 

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