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Polícia e manifestantes na Tailândia se enfrentam novamente

A polícia e os manifestantes antigovernamentais se enfrentaram pelo segundo dia consecutivo nas ruas de Bangcoc, onde se recrudesceram os protestos

Protestos na Tailândia: manifestantes trataram de ocupar a sede do Governo e o quartel-general da polícia (Damir Sagolj/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 10h38.

Bangcoc - A polícia e os manifestantes antigovernamentais se enfrentaram nesta segunda-feira pelo segundo dia consecutivo nas ruas de Bangcoc, onde se recrudesceram os protestos contra a primeira-ministra tailandesa, Yiangluk Shinawatra.

Os manifestantes trataram de ocupar a sede do Governo e o quartel-general da polícia metropolitana, onde os agentes utilizaram gás lacrimogêneo, canhões de água e munição de borracha para tentar dispersar os manifestantes.

"Assassinos!", gritava um dos líderes com um megafone em um caminhão em frente a uma das entradas da Polícia Metropolitana, protegida por blocos de concreto e cercas de arame farpado.

Os agentes alternaram as chamadas de ordem com os lançamentos de bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água, dos quais os manifestantes se defendiam com máscaras, óculos de nadar e bolsas de plástico, e respondiam com garrafas, pedras e atiradeiras.

Os opositores conseguiram retirar com cordas vários blocos de cimento colocados pelas autoridades nas entradas da sede do Governo e da Polícia Metropolitana, fortemente protegidas por cerca de 2 mil policiais antidistúrbios.

Durante a tarde, a maioria dos manifestantes se retiraram quando os líderes dos protestos anunciaram uma trégua enquanto negociam com as autoridades.

Em um comparecimento televisionado, Yingluck Shinawatra tinha dito horas antes que não pensa renunciar ao cargo tal como exigem os manifestantes antigovernamentais, para os quais voltou a oferecer diálogo.

A primeira-ministra qualificou como "inaceitáveis" e contrárias à Constituição as reivindicações do líder dos protestos, o ex- vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, para que ceda o poder a um conselho popular.

"Quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance para fazer o povo feliz. Mas como primeira-ministra, o que posso fazer deve estar dentro da Constituição", argumentou Yingluck.


A primeira-ministra tailandesa, que ontem à noite manteve um encontro propiciado pelos chefes do Exército com Suthep, reiterou que está disposta a "abrir qualquer porta" para negociar com os manifestantes.

Suthep, sobre o qual pende uma ordem de detenção por sedição, pretende destronar o atual Governo eleito, ao qual ontem à noite deu dois dias para que renuncie, e substituí-lo por um "conselho de pessoas", do qual ele se comprometeu a não fazer parte caso seja constituído.

As mobilizações antigovernamentais, que começaram em outubro, se intensificaram há uma semana com o assédio de ministérios e edifícios governamentais, incluindo a ocupação até hoje do Ministério das Finanças e do complexo governamental de Chaeng Wattana.

"Não apoiamos a violência, os manifestantes não querem machucar ninguém, só ocupar os edifícios públicos. É preciso pôr fim a toda a corrupção deste Governo", declarou à Agência Efe Naruemon Workman, manifestante do coletivo Santi Asok.

"Necessitamos de um novo sistema com pessoas que não se deixem corromper", acrescentou Naruemon, procedente da província de Ubon Ratchathani (nordeste).

Os manifestantes acusaram a primeira-ministra de amparar a corrupção e ser um títere de seu irmão Thaksin, ao qual acusam de dirigir o país desde o exílio.

A Tailândia passa por uma grave crise política desde o golpe militar que em 2006 derrubou o Governo de Thaksin Shinawatra, sobre o qual pesa uma condenação de dois anos de prisão por corrupção se seu voltar a seu país.

Thaksin e sua irmã contam com grande respaldo entre as classes baixas e as áreas rurais do nordeste, enquanto grande parte de seus opositores procedem das classes médias e altas urbanas e de setores próximos ao Exército e da monarquia, assim como das províncias sulinas.

Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, pelo menos três pessoas morreram e 50 ficaram feridas, segundo o último balanço oficial, nos enfrentamentos entre seguidores e opositores do Executivo em torno da Universidade de Ramkhamhaeng e o estado Rajamangala, no noroeste da capital.

Após os incidentes, os simpatizantes do Executivo, conhecidos como os "camisas vermelhas", suspenderam seus mobilizações em Rajamangala.

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Bangcoc - A polícia e os manifestantes antigovernamentais se enfrentaram nesta segunda-feira pelo segundo dia consecutivo nas ruas de Bangcoc, onde se recrudesceram os protestos contra a primeira-ministra tailandesa, Yiangluk Shinawatra.

Os manifestantes trataram de ocupar a sede do Governo e o quartel-general da polícia metropolitana, onde os agentes utilizaram gás lacrimogêneo, canhões de água e munição de borracha para tentar dispersar os manifestantes.

"Assassinos!", gritava um dos líderes com um megafone em um caminhão em frente a uma das entradas da Polícia Metropolitana, protegida por blocos de concreto e cercas de arame farpado.

Os agentes alternaram as chamadas de ordem com os lançamentos de bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água, dos quais os manifestantes se defendiam com máscaras, óculos de nadar e bolsas de plástico, e respondiam com garrafas, pedras e atiradeiras.

Os opositores conseguiram retirar com cordas vários blocos de cimento colocados pelas autoridades nas entradas da sede do Governo e da Polícia Metropolitana, fortemente protegidas por cerca de 2 mil policiais antidistúrbios.

Durante a tarde, a maioria dos manifestantes se retiraram quando os líderes dos protestos anunciaram uma trégua enquanto negociam com as autoridades.

Em um comparecimento televisionado, Yingluck Shinawatra tinha dito horas antes que não pensa renunciar ao cargo tal como exigem os manifestantes antigovernamentais, para os quais voltou a oferecer diálogo.

A primeira-ministra qualificou como "inaceitáveis" e contrárias à Constituição as reivindicações do líder dos protestos, o ex- vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, para que ceda o poder a um conselho popular.

"Quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance para fazer o povo feliz. Mas como primeira-ministra, o que posso fazer deve estar dentro da Constituição", argumentou Yingluck.


A primeira-ministra tailandesa, que ontem à noite manteve um encontro propiciado pelos chefes do Exército com Suthep, reiterou que está disposta a "abrir qualquer porta" para negociar com os manifestantes.

Suthep, sobre o qual pende uma ordem de detenção por sedição, pretende destronar o atual Governo eleito, ao qual ontem à noite deu dois dias para que renuncie, e substituí-lo por um "conselho de pessoas", do qual ele se comprometeu a não fazer parte caso seja constituído.

As mobilizações antigovernamentais, que começaram em outubro, se intensificaram há uma semana com o assédio de ministérios e edifícios governamentais, incluindo a ocupação até hoje do Ministério das Finanças e do complexo governamental de Chaeng Wattana.

"Não apoiamos a violência, os manifestantes não querem machucar ninguém, só ocupar os edifícios públicos. É preciso pôr fim a toda a corrupção deste Governo", declarou à Agência Efe Naruemon Workman, manifestante do coletivo Santi Asok.

"Necessitamos de um novo sistema com pessoas que não se deixem corromper", acrescentou Naruemon, procedente da província de Ubon Ratchathani (nordeste).

Os manifestantes acusaram a primeira-ministra de amparar a corrupção e ser um títere de seu irmão Thaksin, ao qual acusam de dirigir o país desde o exílio.

A Tailândia passa por uma grave crise política desde o golpe militar que em 2006 derrubou o Governo de Thaksin Shinawatra, sobre o qual pesa uma condenação de dois anos de prisão por corrupção se seu voltar a seu país.

Thaksin e sua irmã contam com grande respaldo entre as classes baixas e as áreas rurais do nordeste, enquanto grande parte de seus opositores procedem das classes médias e altas urbanas e de setores próximos ao Exército e da monarquia, assim como das províncias sulinas.

Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, pelo menos três pessoas morreram e 50 ficaram feridas, segundo o último balanço oficial, nos enfrentamentos entre seguidores e opositores do Executivo em torno da Universidade de Ramkhamhaeng e o estado Rajamangala, no noroeste da capital.

Após os incidentes, os simpatizantes do Executivo, conhecidos como os "camisas vermelhas", suspenderam seus mobilizações em Rajamangala.

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