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Polícia de Israel invade local sagrado durante conflito

Porta-voz da polícia disse que cerca de 20 jovens palestinos mascarados lançaram pedras e fogos de artifício contra tropas do alto do Monte do Templo

Policial israelense entra em confronto com palestino que tenta entrar no Monte do Templo em Jerusalém: a polícia entrou no complexo e prendeu três pessoas (Ammar Awad/Reuters)

Policial israelense entra em confronto com palestino que tenta entrar no Monte do Templo em Jerusalém: a polícia entrou no complexo e prendeu três pessoas (Ammar Awad/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 17h40.

Jerusalém - A polícia israelense invadiu um local considerado sagrado em Jerusalém nesta terça-feira para dispersar um protesto, horas antes de o Parlamento israelense debater uma proposta de um legislador nacionalista para estender o acesso ao local.

O porta-voz da polícia Micky Rosenfeld disse que cerca de 20 jovens palestinos mascarados lançaram pedras e fogos de artifício contra tropas do alto do Monte do Templo. A polícia entrou no complexo e prendeu três pessoas. Conforme a polícia, dois policiais ficaram levemente feridos.

O local, que para os muçulmanos é conhecido como Nobre Santuário, é o marco zero no conflito territorial e religioso entre Israel e seus vizinhos muçulmanos.

Os judeus costumavam rezam abaixo no Muro das Lamentações, mas as tensões têm crescido ultimamente, com um número maior de judeus orando também no Monte do Templo.

Reverenciado como o terceiro local mais sagrado do Islã pela presença do icônico Domo da Rocha, que abriga a rocha a partir da qual o profeta Maomé teria ascendido ao céu, de acordo com a crença dos muçulmanos. Os judeus acreditam a rocha pode ser a parte mais sagrada de dois templos antigos e esperam que um terceiro templo possa ser um dia construído no local.

O ponto é tão sagrado que os judeus tinham, tradicionalmente, evitado orar no cume do morro, mas alguns religiosos ortodoxos mudaram de ideia e cresceu a demanda para permitir que judeus possam rezar livremente lá também.

O legislador nacionalista Moshe Feiglin, do partido Likud, o mesmo do premiê Benjamin Netanyahu, tem liderado esse esforço. Moshe havia iniciado as discussões sobre o assunto hoje no parlamento, mas o tema não foi votado e nenhuma decisão foi tomada sobre o assunto.


O diretor-geral da Waqf, autoridade islâmica da Jordânia que atualmente gerencia assuntos religiosos no local, Azzam Khatib, assinalou que o confronto ocorreu na sequência de rumores de que judeus extremistas planejavam entrar no complexo e colocar uma bandeira israelense.

Segundo Khatib, todo o espaço era muçulmano e os frequentadores não permitiriam que ninguém mudasse essa situação. "Espero que haja algumas pessoas racionais no governo para impedi-los de nos provocar", salientou.

O vice-ministro das Finanças de Israel e ex-comandante da Polícia Distrital de Jerusalém, Mickey Levy, chamou o local de "um barril de dinamite" e pediu prudência.

Zehava Galon, chefe do partido Meretz, disse que a revolta desta terça-feira foi um resultado direto da "provocação religiosa" de Feiglin. Ela disse que o seu partido reconhecia o direito de livre prece em locais sagrados, mas apontou que nem todo direito precisava ser exercido agora e que fazê-lo iria apenas inflamar a região.

O escritório do presidente palestino Mahmoud Abbas também emitiu comunicado condenando o que chamou de "incursões israelenses continuadas" ao local. "Algumas investidas não são apenas um perigo para locais sagrados, mas também criam uma atmosfera que irá aumentar a violência e o ódio e converter o confronto em um perigoso conflito religioso", assinalou. Fonte: Associated Press.

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