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Pobreza afeta quase metade de crianças e adolescentes argentinos

A infância é o período da vida mais afetado pela pobreza no país. Entre os jovens de 15 a 29 anos, ela atinge 35,3%

Argentina: segundo o estudo, a pobreza afeta 31,4% dos argentinos, e a miséria, 5,9% (Juan Mabromata/AFP)
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AFP

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 17h56.

Quase metade dos menores até 14 anos na Argentina - 48,4% - são pobres, e 10,4% são considerados miseráveis, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (11) pela Universidade Católica Argentina (UCA).

A infância é o período da vida mais afetado pela pobreza no país. Entre os jovens de 15 a 29 anos, ela atinge 35,3%.

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As conclusões são do Observatório da Dívida Social Argentina da UCA, com base em novos parâmetros de estudo que medem a "pobreza multidimensional" da terceira economia da América Latina.

Segundo o estudo, a pobreza afeta 31,4% dos argentinos, e a miséria, 5,9% de uma população de cerca de 40 milhões de pessoas.

Os dados se referem ao terceiro trimestre de 2017, quando a universidade modificou os parâmetros de medição, incluindo um conceito mais amplo para avaliar a pobreza - não limitado apenas à renda. Por isso, as séries não são comparáveis, explicou a UCA.

No novo índice, são levados em conta, além da receita, conceitos como acesso à saúde, água potável, educação e moradia, entre outros.

"Em 2017, 6 em cada 10 lares urbanos na Argentina apresentam privação em pelo menos uma das dimensões analisadas", disse o informe.

A última medição da UCA, correspondente ao primeiro semestre de 2017, tinha encontrado dados similares.

"A Argentina continua mantendo um terço da população abaixo da linha de pobreza, por renda, ou por direitos", explicou Agustín Salvia, coordenador do Observatório, ao apresentar o estudo.

"Os pobres são, agora, mais pobres que antes", resumiu.

O governo do presidente Mauricio Macri tem como um de seus principais objetivos alcançar a "pobreza zero" - uma promessa da campanha que lhe levou à presidência em dezembro de 2015.

Contudo, nos primeiros meses de seu governo, mais de 1,5 milhão de pessoas entraram na pobreza, quando o governo impulsionou medidas de ajuste econômico que incluíram uma alta sem precedentes das tarifas públicas de transporte, água, eletricidade e gás, que chegaram a 800% e foram alvo de demandas judiciais dos consumidores.

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