Michel Platini: na mesma entrevista, Platini também sugeriu que Zinedine Zidane esperasse um pouco antes de assumir o cargo de técnico da seleção francesa (AFP/ Marwan Naamani)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2013 às 13h49.
Paris - O ex-craque francês Michel Platini, presidente da Uefa, discordou publicamente da opinião de seu colega da Fifa, Joseph Blatter, ao aprovar nesta segunda-feira o comportamento do ganês Kevin-Prince Boateng, do Milan, que, no início do ano, deixou o gramado para protestar contra cantos racistas que ouviu durante um amistoso.
"Foi algo formidável, gostei muito. Liguei até para o Milan para parabenizá-los", declarou Platini.
No dia 3 de janeiro, o ganês, que não aguentava mais escutar os insultos racistas dos torcedores do Pro Patri, modesto time da quarta divisão italiana, deixou o gramado aos 26 minutos de jogo, o que provocou a suspensão da partida.
Seus companheiros foram solidários e acompanharam o jogador até o vestiário, sob as vaias da torcida local.
Na ocasião, Blatter causou uma polêmica ao declarar que neste situação, os atletas não deveriam deixar o campo de jogo.
Na mesma entrevista que deu à RTL, Platini também sugeriu seu compatriota Zinedine Zidane, de 40 anos, esperasse um pouco antes de assumir o cargo de técnico da seleção francesa.
Ele citou o próprio exemplo, explicando que o fato de ter treinado "Les Bleus" apenas um ano depois de ter encerrado sua carreira de jogador (em 1988) foi um "presente de grego".
"Se colocar ele na frente da seleção agora, não faria um favor para ele. Não considero que me fizeram um favor quando me colocaram no cargo em 1988", explicou.
Platini foi técnico da seleção francesa de 1988 a 1992 e fracassou na sua tentativa de classificar os "Bleus" para a Copa do Mundo de 1990, na Itália e foi eliminado na primeira fase da Eurocopa-1992, na Suécia.
Zidane, que encerrou sua carreira de jogador em 2006, é hoje dirigente no Real Madrid e está fazendo na França um curso de técnico de futebol.