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Planos da ONU para paz na Síria são "inviáveis", diz Rússia

"Por razões óbvias, seria impossível concretizar essas ideias justo agora, quando a Síria registra ações militares de grande escala", afirmou Gatilov à agência "Interfax"

Membros do Exército Livre Sírio trocam tiros com forças do Exército de Assad: a Rússia admitiu pela primeira vez que os rebeldes sírios poderiam desbancar o regime (REUTERS)

Membros do Exército Livre Sírio trocam tiros com forças do Exército de Assad: a Rússia admitiu pela primeira vez que os rebeldes sírios poderiam desbancar o regime (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 12h56.

Moscou - O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Gennady Gatilov, declarou nesta segunda-feira que os planos da Secretaria-Geral da ONU para iniciar uma operação de paz na Síria são inviáveis.

"Por razões óbvias, seria impossível concretizar essas ideias justo agora, quando a Síria registra ações militares de grande escala", afirmou Gatilov à agência "Interfax".

Gatilov, que revelou que a Secretaria-Geral da ONU estuda diferentes medidas para garantir a presença de forças de paz na Síria, assegurou que o sinal verde para essa operação só poderá ser alcançado pelo Conselho de Segurança com uma série de condições.

"De outra forma, não poderão garantir a paz almejada pelas forças de paz da ONU ou, até mesmo, um regime de cessar-fogo que possam supervisionar", ressaltou.

O diplomata também declarou que o desdobramento de capacetes azuis, que a imprensa cita entre 4 mil e 10 mil soldados, é uma ideia recorrente desde a explosão do conflito há quase dois anos.

"O Governo sírio já deixou claro em várias ocasiões que se opõe a presença dos capacetes azuis, já que no país não existe uma clara linha de divisão entre as partes beligerantes e a oposição, as quais recebem uma crescente assistência militar e financeira do exterior", indicou.

Segundo Gatilov, a própria oposição também rejeita a presença dos capacetes azuis ao seguirem apostando em uma solução militar para o conflito.

Em relação ao conflito na Síria, Gatilov ressaltou que a Rússia se opõe ao uso da força na Síria e lembrou que tanto no Iraque como na Líbia essa política só contribuiu para o aumento da violência.

Na última semana, a Rússia admitiu pela primeira vez que os rebeldes sírios poderiam desbancar o regime do presidente sírio, Bashar al Assad. 

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