Plano de ajuste fiscal de Merkel recebe críticas
Berlim - O plano de ajuste fiscal com o qual a chanceler alemã, Angela Merkel, espera economizar 80 bilhões de euros em quatro anos, foi alvo das críticas de diversos setores nesta terça-feira. O presidente do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), Klaus Zimmermann, disse que, com as medidas anunciadas, a economia efetiva será apenas […]
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2010 às 13h22.
Berlim - O plano de ajuste fiscal com o qual a chanceler alemã, Angela Merkel, espera economizar 80 bilhões de euros em quatro anos, foi alvo das críticas de diversos setores nesta terça-feira.
O presidente do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), Klaus Zimmermann, disse que, com as medidas anunciadas, a economia efetiva será apenas de 27 bilhões de euros e ficará muito longe dos 80 bilhões de euros que o Governo pretende economizar.
Em declarações que o jornal "Darmstädter Echo" publicará na quarta-feira, Zimmermann afirma que outras medidas virão depois do atual plano de ajuste e que, apesar da resistência do Partido Liberal (FDP), membro minoritário da coalizão de Governo, um aumento de impostos será inevitável.
O diretor do Instituto de Estudos sobre o Mercado de Trabalho de Nuremberg, Joachim Möller, expressou seu temor de que alguns dos cortes ponham em risco a recuperação do emprego recentemente observada na Alemanha.
Möller vê com ceticismo o corte de 16 bilhões de euros, que afetará antes de tudo as medidas de reintegração de desempregados por meio de cursos e medidas de capacitação.
"Me preocupa que a evolução positiva do mercado de trabalho seja estrangulada pelos cortes", disse Möller.
Os sindicatos já anunciaram sua resistência ao plano do Governo e a oposição, como era previsível, o criticou duramente.
O líder da oposição no Parlamento, Frank Walter Steinmeier, disse hoje que os cortes aos desempregados ocorrem poucos meses após de uma redução tributária aos proprietários de hotéis no valor de 5,6 bilhões de euros.
"Não se pode dar de presente 5,6 bilhões de euros a hoteleiros e empresários e depois cortar cinco bilhões em instrumentos de política trabalhista", disse Steinmeier.
O presidente da Confederação Alemã de Sindicatos, Michael Sommer, reiterou hoje que os trabalhadores oferecerão resistência às medidas do Governo.
"A luta social começou ontem na Alemanha", disse Sommer.
Inclusive dentro das fileiras da União Democrata-Cristã (CDU), o partido da chanceler, há descontentamento na ala operária da legenda.
O ministro do Trabalho do estado federado da Renânia do Norte-Vestfália, Karl-Josef Laumann, criticou a falta de aumento da tarifa impositiva máxima.
"Uma contribuição dos que ganham mais teria sido conveniente", disse Laumann.