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Piñera pede a Morales que "respeite a verdade"

Piñera se manifestou em relação ao caso dos três soldados bolivianos detidos em território chileno há quase um mês


	O presidente do Chile, Sebastián Piñera: os soldados detidos no dia 25 de janeiro estavam armados e entraram em território chileno inadvertidamente.
 (Emmanuel Dunand/AFP)

O presidente do Chile, Sebastián Piñera: os soldados detidos no dia 25 de janeiro estavam armados e entraram em território chileno inadvertidamente. (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 16h37.

Santiago do Chile - O presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediu nesta sexta-feira que o chefe de estado da Bolívia, Evo Morales, aja "com mais respeito" pela verdade e pelo direito internacional em relação ao caso dos três soldados bolivianos detidos em território chileno há quase um mês.

"Queria pedir ao presidente Morales que tivesse mais respeito pela verdade e pelo direito internacional, e também que entendesse que sempre iremos resguardar a ordem jurídica e o estado de direito do Chile", afirmou Piñera em uma coletiva de impremsa no Palácio de la Moneda.

Os soldados detidos no dia 25 de janeiro estavam armados e entraram em território chileno inadvertidamente durante uma operação contra o contrabando de veículos. Eles devem prestar depoimento à promotoria nesta sexta-feira.

Morales acusou o Chile de utilizar os soldados como "reféns políticos" em represália à reivindicação feita pela Bolívia para obter uma saída para o mar como compensação limitação territorial imposta ao país após ter sido derrotado pelos chilenos em uma guerra no final do século XIX.

Além disso, a Bolívia garantiu que na região onde os três militares foram detidos, a fronteira com o Chile não está claramente sinalizada, e também afirmou que no momento do incidente os policiais chilenos facilitaram a fuga dos contrabandistas perseguidos pelos bolivianos.

Piñera rejeitou "de forma muito categórica, e com uma certa indignação, as infundadas e irresponsáveis acusações" de autoridades bolivianas sobre um possível "envolvimentos" da polícia chilena com o contrabando nessa área.


O presidente do Chile também ressaltou que a fronteira entre os dois países "está claramente delimitada no local das detenções e, por isso, os soldados bolivianos que supostamente atuam nessa região deveriam conhecer muito bem os limites e respeitá-los".

Por outro lado, Piñera considerou que "foi a falta de colaboração dos soldados bolivianos que impediu que o caso fosse solucionado mais rapidamente".

Segundo Piñera, até agora só um dos soldados quis prestar depoimento. E a expectativa é de que os outros dois falem hoje sobre o caso perante a Promotoria, na cidade de Iquique, no norte do Chile. "Espero que, a partir do dia de hoje, uma mudança de atitude permita uma solução para este problema", disse.

"Apesar dessas situações, o Chile mantém uma atitude de diálogo e de boa vontade com todos os países vizinhos, e também com a Bolívia, para que possamos encontrar, juntos, soluções concretas que permitam uma relação de maior colaboração e integração entre os Estados", afirmou.

Vários parlamentares da oposição questionaram o governo chileno por colocar o caso nas mãos da justiça ao invés de expulsar rapidamente os soldados, como já havia ocorrido anteriormente.

Alguns analistas atribuem essa mudança de estratégia ao aumento da frequência de incidentes deste tipo. Em 2011, o Chile expulsou 14 militares bolivianos detidos em território nacional, e quando retornaram ao seu país de origem, eles foram condecorados por Morales. EFE

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