Repórter
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 09h39.
O PIB do Reino Unido recuou 0,1% em outubro, informou nesta sexta-feira, 12, o Gabinete Nacional de Estatísticas (ONS). O resultado surpreendeu o mercado, que projetava uma alta de 0,1%, e marca a segunda contração mensal consecutiva da economia britânica.
A queda sucede uma retração de 0,1% em setembro e um crescimento nulo em agosto, reforçando sinais de desaceleração no país. O desempenho aumenta a pressão sobre o governo trabalhista, que voltou ao poder em julho de 2024 com a promessa de impulsionar o crescimento econômico.
Em comunicado, um porta-voz do Ministério das Finanças afirmou que o governo segue comprometido em reverter o cenário. “Estamos determinados a desafiar as previsões de crescimento e criar empregos de qualidade, para que todos possam se beneficiar de uma situação melhor”, disse.
Apesar da retomada das operações da montadora Jaguar Land Rover em outubro, após uma paralisação em setembro causada por um ataque cibernético, a recuperação industrial não foi suficiente para reverter o quadro geral da economia.
Segundo Lindsay James, analista da Quilter, o resultado negativo reflete a cautela de empresas e consumidores antes da apresentação do orçamento britânico, em 26 de novembro. “Empresas e consumidores esperavam aumentos de impostos, e a especulação incessante e os vazamentos de informações prejudicaram novamente a economia britânica”, afirmou.
O governo confirmou elevações de impostos no orçamento, mas indicou que a implementação será gradual ao longo dos próximos anos, o que ajudou a acalmar os mercados financeiros.
Ainda assim, para James, os dados reforçam a percepção de enfraquecimento da atividade. “A economia britânica está desacelerando, o que torna cada vez mais provável um novo corte na taxa de juros”, avaliou.
O cenário amplia as expectativas de que o Banco da Inglaterra reduza os juros em sua próxima reunião, marcada para 18 de dezembro. A autoridade monetária, no entanto, enfrenta o desafio de equilibrar estímulos à economia com o controle da inflação, que alcançou 3,6% em outubro, nível elevado em comparação com outros países da zona do euro.
*Com informações da AFP