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Petróleo pode tombar com o fim da guerra na Líbia

Após pico em abril, cotação da commodity pode entrar em uma curva descendente, estimulada pelo fim do conflito na Líbia e pelo medo de uma recessão da economia mundial

Antes dos conflitos, a Líbia exportava 1,3 milhões de barris de petróleo por dia, 85% dos quais para a Europa (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Publicado em 22 de agosto de 2011 às 17h14.

São Paulo – A expectativa da queda iminente do ditador líbio Muammar Kadafi associada ao medo de uma recessão na economia global pode fazer com que o preço do petróleo siga em queda nos próximos meses. Com o avanço dos rebeldes em Trípoli, na Líbia - visto como um sinal positivo para a retomada das exportações da commodity - o barril do Brent, que serve de referência na Europa, teve um recuou de quase 3% nesta segunda.

Segundo o analista de petróleo da Lafis, Osmar Sanches, a possibilidade de um aumento na provisão global de petróleo num momento em que a economia mundial vive o medo de uma recessão ajuda a diminuir a pressão no preço do óleo.

“Apesar de responder por apenas 2% do petróleo exportado no mundo, a produção líbea é bastante representativa para a Europa. O país é o principal parceiro da Eni [companhia petrolífera da Itália e principal produtora do setor na Líbia]”, explica. Antes da explosão da guerra civil entre  opositores e as forças do governo ditatorial, em fevereiro, a Líbia exportava 1,3 milhões de barris por dia, 85% dos quais para a Europa.

O especialista ressalva, entretanto, que mesmo com o fim do conflito Líbio, os efeitos reais de uma queda na cotação do petróleo só devem ser sentidos no médio e longo prazo. “Deve demorar pelo menos um ano para a Líbia retomar sua produção. Mas caso esse cenário se concretize, o preço do petróleo nos mercados futuros pode viver uma curva descendente já nos próximos meses”, diz ele.

De acordo com Sanches, seria uma reversão da tendência de alta apresentada no começo do ano, quando o petróleo chegou a ser cotado acima dos 120 dólares em abril, a maior alta em dois anos e meio. No acumulado do ano, o barril do tipo Brent com vencimento em outubro registra um aumento de 13%. Enquanto o WTI, negociado em Nova York e menos sensível aos acontecimentos na Líbia que o Brent, tem queda acumulada de 9,6%.

Um cenário de declínio de preços da matéria-prima também pode ser impulsionado pela saída de especuladores em busca de investimento mais seguros. “Por causa dos problemas de insolvência de dívidas soberanas e das preocupações com a situação dos bancos, essa parcela especulativa pode buscar outras fontes para investimento”, conclui.

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São Paulo – A expectativa da queda iminente do ditador líbio Muammar Kadafi associada ao medo de uma recessão na economia global pode fazer com que o preço do petróleo siga em queda nos próximos meses. Com o avanço dos rebeldes em Trípoli, na Líbia - visto como um sinal positivo para a retomada das exportações da commodity - o barril do Brent, que serve de referência na Europa, teve um recuou de quase 3% nesta segunda.

Segundo o analista de petróleo da Lafis, Osmar Sanches, a possibilidade de um aumento na provisão global de petróleo num momento em que a economia mundial vive o medo de uma recessão ajuda a diminuir a pressão no preço do óleo.

“Apesar de responder por apenas 2% do petróleo exportado no mundo, a produção líbea é bastante representativa para a Europa. O país é o principal parceiro da Eni [companhia petrolífera da Itália e principal produtora do setor na Líbia]”, explica. Antes da explosão da guerra civil entre  opositores e as forças do governo ditatorial, em fevereiro, a Líbia exportava 1,3 milhões de barris por dia, 85% dos quais para a Europa.

O especialista ressalva, entretanto, que mesmo com o fim do conflito Líbio, os efeitos reais de uma queda na cotação do petróleo só devem ser sentidos no médio e longo prazo. “Deve demorar pelo menos um ano para a Líbia retomar sua produção. Mas caso esse cenário se concretize, o preço do petróleo nos mercados futuros pode viver uma curva descendente já nos próximos meses”, diz ele.

De acordo com Sanches, seria uma reversão da tendência de alta apresentada no começo do ano, quando o petróleo chegou a ser cotado acima dos 120 dólares em abril, a maior alta em dois anos e meio. No acumulado do ano, o barril do tipo Brent com vencimento em outubro registra um aumento de 13%. Enquanto o WTI, negociado em Nova York e menos sensível aos acontecimentos na Líbia que o Brent, tem queda acumulada de 9,6%.

Um cenário de declínio de preços da matéria-prima também pode ser impulsionado pela saída de especuladores em busca de investimento mais seguros. “Por causa dos problemas de insolvência de dívidas soberanas e das preocupações com a situação dos bancos, essa parcela especulativa pode buscar outras fontes para investimento”, conclui.

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