Mundo

Pessoa descontente com eleições pode se suicidar, diz Mugabe

Robert Mugabe, presidente reeleito do Zimbábue, disse que qualquer pessoa que esteja descontente com o resultado das eleições pode "se suicidar"

Robert Mugabe: "se alguém está descontente com o resultado é problema seu. Pode se suicidar se quiser, não me importa", disse (Philimon Bulawayo/Reuters)

Robert Mugabe: "se alguém está descontente com o resultado é problema seu. Pode se suicidar se quiser, não me importa", disse (Philimon Bulawayo/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 10h52.

Harare - O presidente reeleito do Zimbábue, Robert Mugabe, disse nesta segunda-feira que qualquer pessoa que esteja descontente com os resultados das últimas eleições pode "se suicidar" se quiser, porque para ele não importa.

Mugabe, de 89 anos, lançou esta mensagem na celebração do Dia dos Heróis, ato no qual fez seu primeiro discurso oficial desde sua vitória nas eleições de 31 de julho, cujo resultado foi questionado judicialmente na última sexta-feira pela oposição.

Durante a homenagem, que lembra às vítimas do processo de independência do Zimbábue, o presidente assegurou que seu partido "serviu a democracia em uma bandeja" nas eleições.

"Se alguém está descontente com o resultado é problema seu. Pode se suicidar se quiser, não me importa", disse Mugabe, que está no cargo há 33 anos.

"Ou vocês aceitam ou não, nunca retrocederemos em nossa vitória", acrescentou em referência ao Movimento pela Mudança Democrática (MCD), que recorreu judicialmente contra o resultado das eleições, por considerar que houve fraude.

Segundo denuncias do líder do movimento, o primeiro-ministro do governo de união nacional e candidato presidencial derrotado, Morgan Tsvangirai, cerca de 1 milhão de eleitores de seu partido não puderam votar por irregularidades.

"Quando eles morrerem (os membros do MCD), nem os cachorros vão querer cheirar seus corpos", disse Mugabe.

Segundo a Comissão Eleitoral do Zimbábue, que garante que as eleições foram "livres", o presidente obteve 61% dos votos contra 33% de Tsvangirai.

Esses resultados devem pôr fim ao governo de união nacional vigente desde 2009, com Mugabe como presidente e o líder do MDC como primeiro-ministro.

O acordo foi imposto pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em inglês) após a onda de violência durante as eleições de 2008, quando Tsvangirai venceu o primeiro turno.

Até então, Mugabe tinha governado o país sozinho e de forma autoritária desde a independência do Reino Unido, em 1980.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEleiçõesZimbábue

Mais de Mundo

Milei denuncia 'corridas cambiais' contra seu governo e acusa FMI de ter 'más intenções'

Tiro de raspão causou ferida de 2 cm em orelha de Trump, diz ex-médico da Casa Branca

Trump diz que 'ama Elon Musk' em 1º comício após atentado

Israel bombardeia cidade do Iêmen após ataque de rebeldes huthis a Tel Aviv

Mais na Exame