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Peru cancela convite a Maduro para a Cúpula das Américas

A carta diz que qualquer alteração ou ruptura inconstitucional de ordem democrática constitui um obstáculo insuperável para a participação no encontro

Maduro: a carta foi assinada pela ministra das Relações Exteriores peruana, Cayetana Aljovín, e enviada na última terça-feira (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Maduro: a carta foi assinada pela ministra das Relações Exteriores peruana, Cayetana Aljovín, e enviada na última terça-feira (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 08h03.

Lima - O governo do Peru retirou o convite enviado ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para que compareça à 8ª Cúpula das Américas, que será realizada em Lima, nos dias 13 e 14 de abril, segundo a carta que formalizou essa decisão, divulgada na quinta-feira pela imprensa local.

A carta foi assinada pela ministra das Relações Exteriores peruana, Cayetana Aljovín, e enviada na última terça-feira ao ministro do Poder Popular para Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, segundo a cópia do documento.

Cayetana informou a Arreaza que por ordem do presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski, foi decidida a retirada do convite ao governo de Maduro "de acordo com as disposições da Declaração de Quebec adotada na III Cúpula das Américas em 2001".

"Que a letra diz: qualquer alteração ou ruptura inconstitucional de ordem democrática em um Estado do Hemisfério constitui um obstáculo insuperável para a participação do Governo do dito Estado no processo da Cúpula das Américas", argumenta a carta.

A ministra anunciou na última terça, durante uma reunião do Grupo de Lima, que a presença de Maduro na Cúpula "não será bem-vinda" pelo Peru, uma declaração que foi apoiada pelos países presentes na reunião.

O Grupo de Lima foi criado com a Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, diante da impossibilidade de aprovar resoluções sobre a Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo bloqueio dos países caribenhos.

Após essa decisão, Maduro disse que chegará a Lima mesmo que "chova, troveje ou relampeie", motivando a resposta da primeira-ministra peruana, Mercedes Aráoz, onde ela afirmou que o presidente venezuelano "Não pode entrar nem no território nem no céu peruano. Ele não pode entrar (no Peru) porque não está sendo bem-vindo".

Mercedes Aráoz afirmou que o governo peruano retirou em novembro o convite feito ao governante venezuelano para comparecer à reunião, por ter rompido o diálogo com a oposição e ter convocado de maneira antecipada eleições presidenciais no seu país, marcadas para o dia 22 de abril.

A decisão do Peru e do Grupo de Lima foi respaldada por uma delegação da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu (INTA) que visita a capital peruana.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos também apoiou na última quarta-feira essa decisão e apontou que a exclusão de Maduro mostra o "alto padrão democrático" que requer a participação na 8ª Cúpula das Américas.

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