Peritos apontam falhas em investigação de 43 desaparecidos
Equipe argentina apontou falhas e irregularidades na investigação sobre o desaparecimento e massacre de 43 estudantes no México
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2015 às 10h33.
A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) apontou neste sábado uma série de falhas e irregularidades na investigação oficial sobre o desaparecimento e possível massacre de 43 estudantes de Ayotzinapa, no sul do México , que impedem a conclusão do processo.
No dia 27 de janeiro e com base em 480 perícias e trinta declarações dos mais de 90 detidos, Jesús Murillo Karam, procurador federal, disse que existe certeza legal de que os 43 jovens foram assassinados e queimados em um lixão no município de Cocula, no estado de Guerrero (sul), entre a noite de 26 e o dia 27 de setembro de 2014.
A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) indicou, em um relatório divulgado na noite de sábado, que de acordo com imagens de satélite ocorreram vários incêndios no lixão de Cocula nos últimos quatro anos.
Interpretar "como apenas um evento de fogo ocorrido, segundo a Procuradoria Geral da República, no dia 26 de setembro de 2014 reflete uma leitura parcial da evidência coletada no local", afirmou a EAAF em seu relatório.
A equipe argentina manifestou que isso "não exclui a possibilidade de que alguns dos estudantes tenham tido o destino apontado pela procuradoria" e ao mesmo tempo esclareceu que os peritos independentes ainda "não têm evidências científicas" para estabelecer que no lixão "existam restos humanos dos estudantes".
Erro em 20 perfis genéticos
Entre outros problemas, os peritos independentes que contribuem para as investigações reiteraram que não estiveram presentes no momento em que mergulhadores militares localizaram em um rio uma bolsa com os 17 restos que foram enviados a um prestigiado laboratório da Áustria para a identificação dos estudantes.
O laboratório austríaco identificou através de um destes restos Alexander Mora Venancio, um dos 43 estudantes desaparecidos.
Os especialistas denunciaram que 20 dos perfis genéticos de 134 familiares dos estudantes, que foram enviados pela Procuradoria ao laboratório da Áustria, apresentavam erros que afetavam 16 famílias dos 43 jovens, entre as quais não se inclui a de Alexander Mora.
A procuradoria aceitou o erro originado em seus laboratórios, afirma o documento que solicita que o laboratório de Innsbruck, na Áustria, só leve em conta os perfis genéticos que os argentinos enviaram de maneira paralela.
A EAAF também pediu que a procuradoria ignore como evidências 42 elementos balísticos e amostras de terra, recolhidas sem a presença dos peritos da equipe forense argentina em um dia em que o local não estava protegido por elementos de segurança.
Os 43 estudantes de Ayotzinapa foram brutalmente atacados no dia 26 de setembro por policiais do município de Iguala, vizinho de Cocula, e entregues a membros do crime organizado que supostamente os assassinaram.
"A evidência física deve ser interpretada em todas as suas possibilidades sem dar preferência às interpretações que só incluem uma possível coincidência com os testemunhos dos acusados", indicou o documento da equipe coordenada por antropólogos argentinos.
Este crime chocou a sociedade mexicana e afundou o governo do presidente Enrique Peña Nieto (2006-2012) em uma profunda crise pela indignação expressada em grandes manifestações no país.
A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) apontou neste sábado uma série de falhas e irregularidades na investigação oficial sobre o desaparecimento e possível massacre de 43 estudantes de Ayotzinapa, no sul do México , que impedem a conclusão do processo.
No dia 27 de janeiro e com base em 480 perícias e trinta declarações dos mais de 90 detidos, Jesús Murillo Karam, procurador federal, disse que existe certeza legal de que os 43 jovens foram assassinados e queimados em um lixão no município de Cocula, no estado de Guerrero (sul), entre a noite de 26 e o dia 27 de setembro de 2014.
A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) indicou, em um relatório divulgado na noite de sábado, que de acordo com imagens de satélite ocorreram vários incêndios no lixão de Cocula nos últimos quatro anos.
Interpretar "como apenas um evento de fogo ocorrido, segundo a Procuradoria Geral da República, no dia 26 de setembro de 2014 reflete uma leitura parcial da evidência coletada no local", afirmou a EAAF em seu relatório.
A equipe argentina manifestou que isso "não exclui a possibilidade de que alguns dos estudantes tenham tido o destino apontado pela procuradoria" e ao mesmo tempo esclareceu que os peritos independentes ainda "não têm evidências científicas" para estabelecer que no lixão "existam restos humanos dos estudantes".
Erro em 20 perfis genéticos
Entre outros problemas, os peritos independentes que contribuem para as investigações reiteraram que não estiveram presentes no momento em que mergulhadores militares localizaram em um rio uma bolsa com os 17 restos que foram enviados a um prestigiado laboratório da Áustria para a identificação dos estudantes.
O laboratório austríaco identificou através de um destes restos Alexander Mora Venancio, um dos 43 estudantes desaparecidos.
Os especialistas denunciaram que 20 dos perfis genéticos de 134 familiares dos estudantes, que foram enviados pela Procuradoria ao laboratório da Áustria, apresentavam erros que afetavam 16 famílias dos 43 jovens, entre as quais não se inclui a de Alexander Mora.
A procuradoria aceitou o erro originado em seus laboratórios, afirma o documento que solicita que o laboratório de Innsbruck, na Áustria, só leve em conta os perfis genéticos que os argentinos enviaram de maneira paralela.
A EAAF também pediu que a procuradoria ignore como evidências 42 elementos balísticos e amostras de terra, recolhidas sem a presença dos peritos da equipe forense argentina em um dia em que o local não estava protegido por elementos de segurança.
Os 43 estudantes de Ayotzinapa foram brutalmente atacados no dia 26 de setembro por policiais do município de Iguala, vizinho de Cocula, e entregues a membros do crime organizado que supostamente os assassinaram.
"A evidência física deve ser interpretada em todas as suas possibilidades sem dar preferência às interpretações que só incluem uma possível coincidência com os testemunhos dos acusados", indicou o documento da equipe coordenada por antropólogos argentinos.
Este crime chocou a sociedade mexicana e afundou o governo do presidente Enrique Peña Nieto (2006-2012) em uma profunda crise pela indignação expressada em grandes manifestações no país.