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Pequim: EUA são contrários a relações militares com a China

Governo chinês critica relatório anual do Pentágono, que comenta escalada militar do gigante asiático

Robert Gates, secretário de Defesa dos EUA, durante a divulgação do relatório anual do Pentágono (Getty Images)

Robert Gates, secretário de Defesa dos EUA, durante a divulgação do relatório anual do Pentágono (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2010 às 09h25.

Pequim - O governo da China afirmou nesta quarta-feira que o relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgado na segunda-feira "não é benéfico" para as relações militares entre os dois países.

"Divulgar este relatório não é benéfico para melhorar nem para desenvolver as relações militares China-EUA", afirmou Geng Yansheng, porta-voz do ministério chinês da Defesa.

No relatório anual apresentado ao Congresso, o Pentágono afirma que Pequim "continua aumentando" seus esforços militares para prevenir um conflito com Taiwan, apesar da aproximação política entre os dois enemigos. Pequim considera que a ilha faz parte de seu território.

O documento é centrado no ano de 2009, antes de Washington ter anunciado em janeiro a venda a Taiwan de mísseis antimísseis Patriot, navios, submarinos e helicópteros Black Hawk por 6,4 bilhões de dólares.

Analistas da imprensa chinesa consideraram o informe "pouco profissional" e "agressivo".

"Este relatório não é muito profissional", afirmou Ni Feng, pesquisador da Academia de Ciências Sociais, no jornal oficial China Daily.

"Utiliza termos ambíguos sem provas sólidas", completou.


Zheng Yongmian, diretor do Instituto da Ásia do Leste da Universidade Nacional de Cingapura, denunciou no Global Times, outro jornal oficial chinês escrito em inglês, "o tom agressivo em excesso" do documento.

Ao mesmo tempo, alguns comentaristas consideraram o documento do Pentágono mais suave este ano.

Meng Xiangqing, professor da Universidade Nacional de Defesa, destacou no Global Times que o informe "provocará com certeza o descontentamento da China pelo exagero de seu poderio militar".

Segundo o Pentágono, os gastos em defesa da China foram superiores a 150 bilhões de dólares em 2009, se forem considerados alguns aspectos que não aparecem no orçamento oficial.

Em março, a China anunciou que aumentaria em 7,5% o orçamento de defesa, a 77,9 bilhões de dólares, quantia 10 vezes inferior ao próximo orçamento de defesa dos Estados Unidos, o maior do mundo.

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