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Peña Nieto visita Brasil para fortalecer vínculos

Segundo a equipe do presidente eleito do México, o objetivo é "construir uma agenda multilateral em temas de migração, segurança e desenvolvimento econômico"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 13h36.

São Paulo - O presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, começa nesta quarta-feira uma visita de dois dias ao Brasil, na qual vai medir a temperatura das relações políticas e comerciais entre as duas maiores economias da América Latina.

A visita ao Brasil se inscreve dentro da viagem por seis países da região que Peña Nieto começou na segunda-feira na Guatemala e que também inclui Colômbia, Chile, Argentina e Peru.

O presidente eleito começará a etapa brasileira de sua viagem por São Paulo, onde amanhã se reunirá com líderes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na quinta-feira, em Brasília, Peña Nieto, se reunirá com a presidente Dilma Rousseff, após o que partirá rumo ao Chile.

Brasil e México, pelo tamanho de suas economias, exercem uma liderança regional e entre os objetivos da viagem está o de "construir uma agenda multilateral em temas de migração, segurança e desenvolvimento econômico", segundo a equipe do presidente eleito.

Por sua força econômica, Brasil e México se sentam à mesa do Grupo dos Vinte, o grupo que reúne as maiores economias do mundo desenvolvido e em desenvolvimento, que nos últimos anos teve um papel relevante na busca de soluções à crise financeira mundial.

Os dois fazem parte da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), e na reunião da quinta-feira com Dilma espera-se que Peña Nieto trate também outros assuntos da agenda política internacional, embora por se tratar de um presidente eleito a visita não terá caráter oficial.


Igualmente, espera-se que Peña Nieto defenda tanto em São Paulo como em Brasília uma consolidação da relação bilateral mediante uma maior troca comercial, após superar as diferenças surgidas no início de ano pelas restrições brasileiras às importações de veículos mexicanos.

Essa medida levou a uma revisão do Acordo de Complementação Econômica, em vigor desde 2003, que regula o comércio de automóveis entre ambos os países, estabelecendo limites para essa troca para não prejudicar suas respectivas indústrias do motor.

"Consideramos o Brasil um parceiro indispensável na América Latina e um interlocutor sem parâmetros no hemisfério", disse Peña Nieto em entrevista que publica esta semana a revista "Época".

Nessa entrevista, o presidente eleito acrescentou que com o Brasil pretende "consolidar uma relação" que tem "altos e baixos", mas que apresenta "grandes oportunidades" devido à "capacidade comercial" de ambos.

O comércio bilateral no ano passado foi de US$ 9,09 bilhões, com um déficit para o Brasil de US$ 1,17 bilhão.

Nos primeiros oito meses deste ano essa troca somou US$ 7,077 bilhões, deficitário para o Brasil em US$ 1,507 bilhão, segundo dados do Governo brasileiro.

Apesar de o comércio bilateral ter se intensificado nos dois últimos anos, em 2011 o México foi o destino de apenas 1,55% das exportações brasileiras, enquanto que o Brasil importou desse país 2,27% de suas compras externas.

O Brasil é, além disso, o principal destino dos investimentos mexicanos na América Latina, com um acumulado de US$ 17 bilhões, parte deles no setor das telecomunicações, número que contrasta com os cerca de US$ 1,1 bilhão investido pelo Brasil no México até o ano passado. 

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