O político Enrique Peña Nieto em discurso após possível vitória: "ideia não é chegar e romper com tudo o que se fez." (Tomas Bravo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2012 às 21h16.
Cidade do México - O virtual vencedor das eleições presidenciais do México, Enrique Peña Nieto, afirmou nesta segunda-feira que a estratégia seguida até agora na luta contra o narcotráfico ''não teve os resultados desejados'', e é preciso aplicar medidas o mais rápido possível para reduzir a onda de violência que atinge o país.
''A sociedade espera resultados imediatos, de curto prazo'', disse Peña Nieto, dirigente do Partido Revolucionário Institucional (PRI), horas após a divulgação de dados do organismo eleitoral que indicaram sua vitória na corrida presidencial, embora a contagem dos votos ainda não esteja terminada.
Em entrevista a correspondentes de várias agências de notícias, Peña Nieto não se comprometeu a fixar prazos para reduzir uma onda de violência que causou cerca de 50 mil mortes nos últimos cinco anos, e disse que está à espera do resultado das eleições, que possa confirmá-lo no governo, para anunciar sua estratégia contra os cartéis ligados ao narcotráfico no México.
''A ideia não é chegar e romper com tudo o que se fez. Ao contrário, acho que há ações impulsionadas por este governo em matéria de segurança que devem ser mantidas, retomadas e continuadas, e sem dúvida ajustar a estratégia com o objetivo de reduzir a violência'', afirmou.
O virtual vencedor do pleito fez suas declarações em uma casa do comitê de campanha, na capital mexicana. Sereno e medindo bem suas palavras, Peña Nieto disse que será ''fundamental'' a divulgação do resultado que o confirme no governo, atualmente liderado por Felipe Calderón.
A luta contra o narcotráfico e outros grupos do crime organizado deixou fendas na gestão Calderón, que, desde que assumiu o poder, no dia 1º de dezembro de 2006, se viu forçado a utilizar as Forças Armadas para suprir as carências das forças policiais e da corrupção dos órgãos de segurança.
Peña Nieto não acredita que os militares, ''por enquanto'', possam retornar aos quartéis. ''O Exército se manterá nos locais onde há violência e onde a segurança é delicada e grave'', declarou o político, citando expressamente os estados de Veracruz, Tamaulipas e Michoacán, regiões com forte presença dos grupos do narcotráfico.