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Pelo menos 15 mortos e 18 feridos em ataque contra ONU

Complexo da organização na Somália foi atacado por milícia fundamentalista islâmica


	Mulher somali observa carro-bomba ainda em chamas após atentado em Mogadíscio: entre os mortos, estão quatro funcionários estrangeiros, quatro guardas de segurança e sete milicianos
 (Mohamed Abdiwahab/AFP)

Mulher somali observa carro-bomba ainda em chamas após atentado em Mogadíscio: entre os mortos, estão quatro funcionários estrangeiros, quatro guardas de segurança e sete milicianos (Mohamed Abdiwahab/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 11h36.

Mogadíscio - Pelo menos 15 pessoas morreram e 18 ficaram feridas nesta quarta-feira após um ataque da milícia fundamentalista islâmica Al Shabab no complexo da ONU em Mogadíscio, na Somália, informou o governo local.

Em entrevista coletiva, o ministro somali do Interior, Abdikarim Guled, disse que entre os 15 mortos, quatro eram funcionários estrangeiros, quatro guardas de segurança e sete eram membros da milícia.

Os feridos são civis que estavam próximos do local e seguranças dos edifícios. As vítimas foram levadas para hospitais próximos.

As tropas da Missão da União Africana na Somália (Amisom) afirmaram que já recuperaram o controle do complexo da ONU, atingido primeiro por um carro-bomba e depois atacado por um número indeterminado de milicianos.

O primeiro-ministro somali, Abdi Farah Shirdon, confirmou que "as forças de segurança da Somália e da Amisom responderam imediatamente após a explosão inicial e conseguiram controlar a situação".

Shirdon condenou o fato e disse que "os somalis rejeitam a Al Shabab".

"Enquanto a Unsom (a delegação da ONU no país africano) e nós reconstruímos a Somália, eles oferecem apenas sofrimento e destruição. Alá os condenará", sentenciou o primeiro-ministro.


O representante especial da União Africana (UA) na Somália, Mahamat Saleh Annadif, lamentou e rejeitou o "covarde ataque realizado pelos terroristas da Al Shabab".

Em mensagem no Twitter, a organização disse que a ONU é "um mercador de morte e uma força satânica do mal", com "um longo e vergonhoso histórico de difusão de pobreza, dependência e descrédito".

Apesar dos avanços conseguidos no ano passado no terreno político, a Somália se encontra ainda imersa em um longo e complexo conflito armado.

As tropas da Amisom, o Exército somali, as Forças Armadas etíopes e várias milícias pró-governo combatem a Al Shabab, a milícia fundamentalista islâmica dominante desde 2006.

A organização, que anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à rede terrorista Al Qaeda, luta supostamente para instaurar um estado islâmico de corte wahhabista na Somália.

Embora as tropas aliadas reconquistaram no final de setembro do ano passado da Al Shabab seu principal reduto, a cidade litorânea de Kismayo, os radicais ainda controlam boa parte do centro e do sul da Somália, onde o frágil Executivo do país não consegue impor sua autoridade.

A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem um governo medianamente efetivo e nas mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de clãs locais e grupos de bandidos armados.

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