Patriota passou dois dias em Cuba quando conversou com autoridades cubanas e também com brasileiros que vivem no país (Telam/ABr)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 09h51.
Brasília - No último dia de visita a Havana, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reuniu-se ontem (17) com o presidente de Cuba, Raúl Castro. Diplomatas brasileiros que acompanharam a reunião disseram que o encontro é considerado uma deferência, pois Castro, em geral não faz reuniões isoladas com ministros de Estado. A conversa ocorreu às vésperas da chegada da presidenta Dilma Rousseff ao país, prevista para o próximo dia 31.
A conversa foi acompanhada ainda pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, e o embaixador do Brasil em Havana, José Martins Felicio. A presidenta Dilma desembarcará em Cuba com a determinação de apoiar as medidas de abertura em curso definidas pelo governo Castro e de ampliar as parcerias, segundo assessores.
Patriota passou dois dias em Cuba quando conversou com autoridades cubanas e também com brasileiros que vivem no país. Um grupo de estudantes de medicina reuniu-se com o chanceler para informar que tem disposição em trabalhar com saúde pública no Brasil.
O chanceler esteve ainda com o vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, Marino Murillo Jorge, responsável pela coordenação das reformas estruturais na economia. Há cerca de dois anos, Raúl Castro decidiu abrir a economia para evitar o agravamento da crise interna causada pelo embargo econômico imposto pelos norte-americanos desde 1962.
De acordo com relatos de diplomatas, na conversa de Patriota com Jorge, o vice-presidente cubano disse que os 500 mil funcionários públicos que aderirem ao programa de demissão voluntário no país terão suporte do governo. A ideia é incentivar que atuem em atividades ligadas ao turismo, como gastronomia.
Uma das parcerias mais importantes do Brasil com Cuba é a ampliação do Porto de Mariel, que conta com o apoio do governo e de empresas brasileiras para transformar toda a área como uma zona de desenvolvimento integral. A ideia é construir, por exemplo, uma fábrica de vidro. As obras do porto também recebem aporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No período de 2006 a 2010, as relações comerciais entre Brasil e Cuba registraram crescimento de 30%, segundo o Itamaraty. O salto passou de US$ 376 milhões, em 2006, para US$ 488 milhões, em 2010. A mesma tendência se repetiu no ano passado, registrando um total de US$ 570 milhões, no período de janeiro a novembro de 2011.