Ciclone devasta países da África e pode ter matado 1.000 pessoas
Ciclone chegou ao litoral de Moçambique, cerca de 300 quilômetros ao leste do Zimbábue, na quinta-feira durante a noite
EFE
Publicado em 18 de março de 2019 às 13h14.
Última atualização em 19 de março de 2019 às 09h29.
Harare/Maputo - O ciclone Idai, que atingiu o sudeste da África nos últimos dias, já deixou 82 mortos no Zimbábue e 84 em Moçambique, segundo os últimos números oferecidos nesta segunda-feira pelas autoridades desses dois países, que se somam às 56 vítimas no Malawi.
No Zimbábue, o número de mortos passou de 64 para 82 enquanto seguem os trabalhos de resgate, informou hoje a televisão estatal do país, "ZBC", que acrescentou que esse número pode aumentar.
Em Moçambique, o número de mortos já está em 84, com os distritos de Búzi, Chibabava e Muanza, no centro do país, bastante afetados, que fazem parte de uma região na qual vivem mais de 1 milhão de pessoas.
"Formalmente e até o momento, registramos mais de 84 mortos, mas tudo indica que poderemos registrar mais de mil mortos", disse hoje o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, depois de visitar no fim de semana as províncias atingidas.
O presidente, que sobrevoou a região, indicou que aldeias inteiras desapareceram nas enchentes e que há regiões totalmente incomunicáveis. "Vimos durante o voo corpos flutuando, um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções", assinalou Nyusi.
O ciclone Idai chegou ao litoral de Moçambique, cerca de 300 quilômetros ao leste do Zimbábue, na quinta-feira durante a noite e provocou graves danos à cidade litorânea de Beira, causando a morte de pelo menos 19 pessoas e o corte de eletricidade e das comunicações de seus 500 mil habitantes.
Esta cidade, a quarta maior do país, está destruída em 90%, segundo indicou hoje a Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV).
Idai continuou seu trajeto rumo ao leste do Zimbábue na sexta-feira, onde os fortes ventos e as fortes chuvas causaram transbordamentos de rios e grandes destruições nas principais infraestruturas de comunicação.
Nas regiões mais afetadas, como na cidade zimbabuana de Chimanimani, os moradores publicaram um vídeo nas redes sociais no qual é possível ver uma dúzia de corpos de pessoas, que morreram em um deslizamento de terra na sexta-feira, esperando em uma igreja para serem sepultados.
"Estamos esperando os enterros. Há centenas de pessoas sem casa, sem comida, sem refúgio, se abrigando onde podem", diz uma das pessoas que aparecem no vídeo.
Esta manhã, o presidente zimbabuano, Emmerson Mnangagwa, voltou ao país dos Emirados Árabes Unidos (EAU), uma visita que foi criticada pela oposição por ele estar ausente enquanto o país vivia esta catástrofe.
O presidente disse à rádio estatal "ZBC" que a nação estava "profundamente afligida" pela catástrofe e que as forças armadas estavam fazendo o possível para oferecer assistência às famílias afetadas.