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Partidos impõem condições em troca de apoio para coalizão de Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel já iniciou as negociações com seus "parceiros naturais", que são os partidos de direita e religiosos

Eleições: com quase 100% das urnas apuradas, Netanyahu já comemora a sua reeleição (Ronen Zvulun/Reuters)
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EFE

Publicado em 10 de abril de 2019 às 10h59.

Jerusalém — O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu , iniciou na noite de terça-feira negociações com os principais partidos de direita e religiosos para tentar estabelecer uma coalizão de governo, informaram nesta quarta-feira membros do Likud.

"O objetivo do primeiro-ministro é estabelecer uma coalizão que atualmente pareça estável e natural", declarou o presidente do Parlamento e membro do Likud, Yuli Edelstein, à "Rádio do Exército".

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O chefe do governo israelense já entrou em contato com seus "parceiros naturais", com quem pactuará "se tiverem exigências realistas", acrescentou Edelstein.

Assim, o presidente do Parlamento descartou a opção de Bibi (como Netanyahu é conhecido) criar um amplo Executivo de união nacional com a coalizão centrista Azul e Branco, liderada por Beni Gantz e que com 97% de votos apurados está ligeiramente atrás do Likud e com o mesmo número de cadeiras: 35, em uma câmara de 120.

Os analistas dão ao bloco "de direita" que o Likud poderia liderar um total de 65 cadeiras, frente às 55 que teriam os partidos de centro, esquerda e árabes.

Gantz apareceu hoje com aspecto cansado diante das câmeras de televisão nos arredores de sua casa e declarou que iria esperar "até a divulgação final dos resultados. Há muito trabalho a fazer".

"Não evitaremos o nosso dever público de representar mais de um milhão de cidadãos. Podemos ser capazes de desenvolver caminhos políticos de ação de vários tipos", disse Gantz em mensagem aos seus colegas de partido.

Ontem, após a revelação dos resultados de boca de urna, que davam uma vantagem de entre três e seis cadeiras, o líder da Azul e Branco se apresentou como o próximo chefe do governo, algo que hoje parece extremamente difícil.

Líderes de vários partidos já expressaram a vontade de recomendar Netanyahu ao presidente israelense, Reuven Rivlin, para que o encarregue da formação de governo.

Entre outros, Netanyahu já falou com os líderes dos ultra-ortodoxos Shas e Judaísmo Unido Pela Torá, que com oito cadeiras cada terão um peso mais forte na nova coalizão do que na atual.

O partido de extrema-direita Israel O nosso Lar, do ex-ministro de Defesa Avigdor Lieberman e com cinco cadeiras, não deu publicamente seu apoio ao primeiro-ministro, mas indicou que não pactuará com Gantz.

"As opções existentes são se unir ao governo de Netanyahu ou permanecer na oposição", declarou Lieberman, segundo o portal de notícias "Times of Israel".

No entanto, o ex-ministro também deixou claro que seu partido "lutará pelos seus princípios nas negociações com o Likud" e afirmou que "ainda há possibilidades de sermos oposição".

A União de Partidos de Direita, com outras cinco cadeiras e liderada por Rafi Peretz, declarou à "Rádio do Exército" que sua legenda exigirá os Ministérios da Educação e Justiça, pastas que até agora estavam nas mãos dos dirigentes Naftali Benet e Ayelet Shaked, cujo novo partido, a Nova Direita, não obteve representação.

O outro partido que poderia se unir à coalizão é o Kulanu, do ministro de Finanças, Moshe Khalon, que provavelmente obterá quatro cadeiras e que já mostrou disposição a fazer parte do novo Executivo.

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