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Partido Verde alemão escolhe nome para concorrer à sucessão de Merkel

Annalena Baerbock, de 40 anos, advogada especializada em direito internacional e ex-atleta, nunca exerceu um cargo governamental

Annalena Baerbock: o desafio é grande para os Verdes, que todas as pesquisas agora apontam como a provável segunda força política nas eleições (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 19 de abril de 2021 às 10h16.

Diante de conservadores envolvidos em uma disputa interna pelo poder, o partido Verde da Alemanha indicou, nesta segunda-feira (19), sua copresidente Annalena Baerbock como candidata à Chancelaria para as eleições legislativas de setembro.

"A primeira candidata verde à Chancelaria será Annalena Baerbock", que "nos guiará nesta campanha" com vistas às eleições de 26 de setembro, anunciou em entrevista coletiva o outro presidente do partido, Robert Habeck, que também aspirava suceder Angela Merkel.

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Baerbock, de 40 anos, advogada especializada em direito internacional e ex-atleta, nunca exerceu um cargo governamental.

"Hoje começamos um novo capítulo para o nosso partido e - se o fizermos bem - para o nosso país", disse Baerbock, mãe de dois filhos e cuja popularidade cresceu nos últimos meses com aparições públicas para criticar o governo por sua gestão da pandemia.

"Sou a favor de uma renovação, outros serão a favor do status quo", acrescentou, destacando que "a mudança climática é o maior desafio" de sua geração.

Até agora, o partido ambientalista, que emergiu como o filho rebelde da política alemã, mas se moderou ao longo dos anos, contentava-se em nomear dois líderes para as campanhas legislativas, mas nunca um candidato à Chancelaria.

Ao contrário dos conservadores, que estão mergulhados em uma luta interna pela sucessão após o reinado de 16 anos de Angela Merkel, os Verdes apostam na harmonia.

Eliminar qualquer rivalidade

Baerbock e Robert Habeck - de 51 anos, doutor em filosofia, romancista e ex-ministro regional - prometeram concordar um com o outro e estão trabalhando publicamente para eliminar qualquer rivalidade. Eles até declararam à revista Der Spiegel que estão engajados em "uma luta pelo poder sem combate".

O desafio é grande para os Verdes, que todas as pesquisas agora apontam como a provável segunda força política nas eleições, atrás da União Democrática Cristã (CDU) de Angela Merkel, mas à frente do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD).

Com 20%-23% das intenções de voto, estão atrás da CDU (27%-28%) - em plena queda e desorientada com a saída da chanceler da vida política.

Entre as possíveis coalizões que poderiam surgir está uma aliança com os conservadores ou outra, sem precedentes no nível federal, com o SPD e o liberal FDP (Partido Democrático Livre).

Até agora, os Verdes foram parceiros minoritários em uma coalizão governamental liderada pelo social-democrata Gerhard Schröder, entre 1998 e 2005.

Aclamados nas eleições europeias de dois anos atrás, onde superaram os 20% dos votos, os Verdes participam atualmente de 11 dos 16 governos regionais e acabam de ser eleitos à frente de um dos estados regionais mais prósperos, Bade-Württemberg, coração da indústria automobilística.

Tenacidade

Prova de sua popularidade entre uma população preocupada com os desafios climáticos, seu número de adeptos cresceu mais de 50% entre 2016 e 2019.

Entre os simpatizantes Verdes, Baerbock é favorita - 45% disseram que votariam nela, em comparação com 35% em Habeck.

Em um partido que se gaba de ser feminista e que sempre priorizou uma candidatura feminina em detrimento de uma masculina, sua indicação parece lógica.

Entre os representantes dos principais partidos, será a única mulher, jovem, se comparada aos homens, alguns na casa dos sessenta, como Olaf Scholz, do SPD.

Enquanto isso, a dupla, que comanda os Verdes há três anos, já apresentou seu programa eleitoral no qual, segundo Robert Habeck, os Grünen prometem "uma injeção de vitaminas" para a Alemanha.

 

 

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