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Parlamento da Ucrânia rejeita referendo em 25 de maio

Parlamento votou contra a realização em 25 de maio de um referendo sobre a integridade territorial e a descentralização do país

A Rada Suprema, parlamento da Ucrânia: população pró-Rússia pede a realização em 25 de maio de um plebiscito sobre a federalização da Ucrânia (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 12h21.

Kiev -A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia votou nesta terça-feira contra a realização em 25 de maio de um referendo sobre a integridade territorial e a descentralização do país, como pedem os rebeldes pró- Rússia do leste.

Os defensores do referendo, o Partido das Regiões e os comunistas alcançaram 154 votos, número muito distante dos 226 votos necessários para a aprovação da moção apresentada durante uma sessão a portas fechadas, informou a imprensa local.

"A favor, 154. Não passou. Graças a Deus! É preciso realizá-lo, mas não durante uma guerra", escreveu Aleksandr Briguinets, deputado do partido governante Batkivschina (Pátria) em sua conta no Facebook.

A população pró-Rússia pede a realização em 25 de maio, coincidindo com as eleições presidenciais, de um plebiscito sobre a federalização do país para aumentar consideravelmente os poderes políticos e econômicos das regiões.

"Não se pode realizar um referendo com os fuzis te apontando. Isso foi feito por Hitler na Áustria, Stalin nos Bálticos e Putin na Crimeia", acrescentou Briguinets.

Em seguida, os deputados também rejeitaram a proposta do primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, que propôs a convocação de uma consulta não vinculativa ao invés de um referendo.

O deputado governista Andrei Senchenko explicou que realizar qualquer consulta, seja vinculativa ou não, não faz sentido até se conseguir a estabilização do sudeste do país, onde as milícias pró-Rússia se sublevaram há mais de um mês contra o governo central.

Senchenko destacou que quase todos os partidos são a favor do referendo, mas só aprovarão sua convocação quando os rebeldes largarem as armas e as forças de segurança restabelecerem a ordem em todo o país.

Nessa consulta se perguntaria se os eleitores apoiam tanto a integridade territorial da Ucrânia em um Estado unitário, mas com amplos poderes para as regiões, como a concessão de status oficial para a língua russa em algumas regiões do país.

Yatseniuk defendeu conceder às autoridades locais grande parte das atribuições do governo central em matérias política e econômica, e propôs que o governador não seja designado pelo presidente, mas eleito pelos habitantes de sua região.

Seja como for, os insurgentes pró-Rússia seguem em frente com seus planos de realizar em 11 de maio um referendo na região oriental de Donetsk, epicentro da sublevação contra Kiev.

A chancelaria russa tachou ontem de "cínica" e "afastada da realidade" a proposta de Yatseniuk, quando na região de Donetsk ocorre uma operação contra as fortificações russófonas de Slaviansk e Kramatorsk.

"Ao invés de iniciar um debate nacional para a busca de uma saída para a profunda crise política e socioeconômica com a participação de todas as forças políticas e todas as regiões, Kiev se dedica a organizar ações de fumaça", disse.

Na opinião da Rússia, que acredita que transformar a Ucrânia em uma federação na qual o russo seja segunda língua oficial é a única saída para o conflito, a consulta não vinculativa "não conduzirá a nada mais do que a um maior agravamento da crise".

*Atualizada às 12h21 do dia 06/05/2014

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Kiev -A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia votou nesta terça-feira contra a realização em 25 de maio de um referendo sobre a integridade territorial e a descentralização do país, como pedem os rebeldes pró- Rússia do leste.

Os defensores do referendo, o Partido das Regiões e os comunistas alcançaram 154 votos, número muito distante dos 226 votos necessários para a aprovação da moção apresentada durante uma sessão a portas fechadas, informou a imprensa local.

"A favor, 154. Não passou. Graças a Deus! É preciso realizá-lo, mas não durante uma guerra", escreveu Aleksandr Briguinets, deputado do partido governante Batkivschina (Pátria) em sua conta no Facebook.

A população pró-Rússia pede a realização em 25 de maio, coincidindo com as eleições presidenciais, de um plebiscito sobre a federalização do país para aumentar consideravelmente os poderes políticos e econômicos das regiões.

"Não se pode realizar um referendo com os fuzis te apontando. Isso foi feito por Hitler na Áustria, Stalin nos Bálticos e Putin na Crimeia", acrescentou Briguinets.

Em seguida, os deputados também rejeitaram a proposta do primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, que propôs a convocação de uma consulta não vinculativa ao invés de um referendo.

O deputado governista Andrei Senchenko explicou que realizar qualquer consulta, seja vinculativa ou não, não faz sentido até se conseguir a estabilização do sudeste do país, onde as milícias pró-Rússia se sublevaram há mais de um mês contra o governo central.

Senchenko destacou que quase todos os partidos são a favor do referendo, mas só aprovarão sua convocação quando os rebeldes largarem as armas e as forças de segurança restabelecerem a ordem em todo o país.

Nessa consulta se perguntaria se os eleitores apoiam tanto a integridade territorial da Ucrânia em um Estado unitário, mas com amplos poderes para as regiões, como a concessão de status oficial para a língua russa em algumas regiões do país.

Yatseniuk defendeu conceder às autoridades locais grande parte das atribuições do governo central em matérias política e econômica, e propôs que o governador não seja designado pelo presidente, mas eleito pelos habitantes de sua região.

Seja como for, os insurgentes pró-Rússia seguem em frente com seus planos de realizar em 11 de maio um referendo na região oriental de Donetsk, epicentro da sublevação contra Kiev.

A chancelaria russa tachou ontem de "cínica" e "afastada da realidade" a proposta de Yatseniuk, quando na região de Donetsk ocorre uma operação contra as fortificações russófonas de Slaviansk e Kramatorsk.

"Ao invés de iniciar um debate nacional para a busca de uma saída para a profunda crise política e socioeconômica com a participação de todas as forças políticas e todas as regiões, Kiev se dedica a organizar ações de fumaça", disse.

Na opinião da Rússia, que acredita que transformar a Ucrânia em uma federação na qual o russo seja segunda língua oficial é a única saída para o conflito, a consulta não vinculativa "não conduzirá a nada mais do que a um maior agravamento da crise".

*Atualizada às 12h21 do dia 06/05/2014

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